8 de dezembro de 2021

Maria participou na missão de Deus

Maria estava grávida do menino Jesus, o filho de Deus. Ela participou na missão de Deus de revelar ao mundo e à Criação o rosto do amor, o poder salvador. Isabel disse a Maria — Bendita é você entre as mulheres, e bendito o fruto do seu ventre! E que grande honra é para mim receber a visita da mãe do meu Senhor! Bem-aventurada a que creu, porque serão cumpridas as palavras que lhe foram ditas da parte do Senhor. A fé e a confiança no que virá envolveu Maria de alegria, a alegria de ser serva do amor de Deus, a alegria de participar da ação salvadora de Deus, de nascer no mundo, através do menino Jesus. Maria está alegre. Uma israelita que recorda a ação de Deus a partir de Abraão. Ela sabe que, através da história, Deus sempre foi fiel. Ela conhece o amor de Deus. Ela acredita no que lhe foi anunciado, acredita na promessa de Deus, de torná-la mãe do Seu Filho Jesus, o Salvador. Felizes somos nós, hoje, que nos alegramos ao participar da missão de Deus de amar as pessoas, cuidar, doar, proteger, ouvir, orientar, de carregar fardos juntos. Felizes somos quando participamos em comunidades de Jesus Cristo, louvamos e agradecemos, nos alimentamos da palavra e do evangelho. Assim, encantados pela obra salvadora de Deus, com fé e coragem, tal como Maria, esperamos e confiamos nas promessas de Deus, na vida nova, no novo que virá das mãos de Deus. Logo já é Natal do menino Jesus. Temos motivos para a alegria e para alimentar a nossa fé nas promessas e na ação salvadora de Deus. Podemos ser como Isabel e Maria. Podemos participar da obra maravilhosa de Deus de iluminar o mundo com suas dádivas, com o seu amor, com o seu gesto de nos estender a mão, colocar-nos em seu colo, e nos guiar pelos caminhos de paz, de justiça, de fraternidade, de abrir os nossos olhos para vermos horizontes, traços e cenários do novo que chegará. Abençoado Advento! Logo vem o dia de celebrar e viver a fé na ação maravilhosa de Deus, na doação do amor, da luz, da salvação ao mundo e à humanidade. Que a presença de Deus lhe transforme e lhe encha de alegria. Participe da missão de Deus, não só com palavras, mas de fato e de verdade. Paz para você e para a sua casa!

7 de dezembro de 2021

Caminhar com Deus para o novo

Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e o mais ele fará. Sl 37.5 Uma palavra de confiança e esperança, fruto da fé do povo de Deus. Caminhar para o novo com a certeza de que Deus está à frente. No caminho haverá coisas ruins e coisas boas. O caminho não será uma escada que avança perfeitamente em direção ao céu. Ele é como uma estrada em que há belas paisagens, mas também abriga tempestades, que oferecem risco a quem caminha. Essa palavra do Salmo anuncia a fé de quem já confiou o seu caminho a Deus, e viu que Ele se faz presente, guia e salva. A passagem para um novo ano traz esta mensagem. É semelhante a uma estrada que ainda não conhecemos e, por isso, não conseguimos prever tudo o que acontecerá. É preciso crer. Partir em direção ao novo com a confiança de que Deus está conosco e que chegaremos salvos no final da jornada. Assim, em cada novo ano superamos acontecimentos desafiadores, e construímos momentos de comunhão uns com os outros e com Deus, em meio à alegria e à dor, marcados por fracassos e superações. A repetição deste rito de passagem a cada final de ano pode parecer algo repetitivo e rotineiro. Mesmo assim, sempre esperamos o novo e alimentamos a esperança de que, com Deus, a vida será melhor nos próximos 365 dias de caminhada. Deus está conosco, e tal como o salmista orienta entregamos o novo que virá nas mãos de Deus. E, pela fé, descobrimos que há sempre espaço para a esperança de que coisas boas e novas nos aguardam, mesmo em meio aos desafios do cotidiano. Ano novo. Vamos caminhar!

O Encontro dos pastores com Maria, José e o menino Jesus

A tradição cristã nos facilita ter em mente o cenário do local onde nasceu Jesus. A estrebaria, os animais, o menino deitado na manjedoura, Maria e José. E não podemos esquecer os pastores de rebanho. Belém era uma região propícia para a criação de rebanhos ovinos. Certamente os pastores mantinham tradições do povo nômade. Sustentavam-se cuidando dos seus rebanhos. As estrebarias eram seus espaços de descanso, e em suas mediações acampavam, trabalhavam e viviam. Os pastores foram surpreendidos pelos anjos de Deus que anunciaram a eles a notícia do nascimento do salvador: “Um anjo do Senhor apareceu, e uma luz gloriosa brilhou...E a alegre notícia chegou: Hoje nasceu na cidade de Davi o salvador, o Messias, o Senhor. Os anjos espalharam alegria. Fizeram uma cantata. Cataram “Glória a Deus nas maiores alturas do céu! E paz na terra para as pessoas a quem ele quer bem! (Lc 2.8-14). Os pastores foram os primeiros a chegar ao local do nascimento do Salvador, ali encontraram Maria, José e o menino na manjedoura. E contaram o que tinham visto e ouvido. Aquele encontro gerou diálogo, acolhida, comunhão, segurança e paz. E Maria guardava as conversas, os relatos e o testemunho em seu coração. Jesus nasceu em um espaço típico de um povo nômade. Eles eram desprezados, considerados impuros. Os fariseus – grupo religioso da época, os acusavam de enganadores e ladrões. Não tinham direitos civis. A vida e as atividades deles era a mesma dos grandes personagens da Bíblia: Abel, filho de Adão, as famílias de Abraão, Jacó, Arão, Moisés, Davi. Assim viveu a maioria que criou o Estado de Israel, chamado na Bíblia de povo de Deus. Os pastores de Belém, o povo rejeitado e considerado sem dignidade, foram os primeiros a receberem a notícia do nascimento de Jesus o Salvador. Maria, José e o menino Deus foram acolhidos, recebidos pelos criadores de animais, os pastores de Belém. No Natal em UNIÃO precisamos destacar essa escolha, essa ação de Deus, revelada no cenário do encontro de José, Maria, o menino Deus com os pastores de Belém. Testemunhamos que o salvador veio para um mundo de contradições, injustiças, exclusões. E, assim, iniciou a sua ação salvadora no mundo a partir dos sem poder e desprezados. O Natal em União destaca essa ação maravilhosa de Deus, que veio ao mundo para reconciliar, transformar e fazer novas todas as coisas. O menor é o mais importante. Ninguém pode faltar ao banquete da vida. Nasceu no mundo o Bom Pastor que dá a vida por suas ovelhas. E a estrabaria, a realidade e o contexto dos desprezados e humildes não lhe são estranhos. E nós, nesse tempo em que vivemos, somos esse povo que necessita da notícia nova da salvação, de diálogo, acolhimento, segurança, paz, amor, e luz para os nossos caminhos.

18 de novembro de 2021

O último e o penúltimo

Vamos refletir sobre a chegada plena da salvação e sobre o tempo anterior, de espera, da vivência da fé. Para facilitar usamos de duas palavras: O penúltimo e o último. O último é o templo da plenitude, quando Deus fará novas todas as coisas (Ap 21.5). O penúltimo é o tempo em que vivemos aqui, na Criação de Deus, quando ainda somos humanos, pecadores. Creio que sobre o último não há muitas contendas, disputas sobre o verdadeiro, ideológico, político, humano. Há vários relatos sobre o céu e a eternidade. Mesmo diferentes, todos se referem a centralidade e ao poder criador, salvador e último de Deus. O nosso grande desafio está no tempo penúltimo. Na espera da plenitude permanecem em nossa vida e na igreja a imperfeição humana e o pecado. Clamamos no Pai Nosso “Venha o teu Reino”, mas queremos definir qual o reino que deve chegar. Mesmo com a antecipação da justiça de Deus, do seu perdão e do seu amor a vivência da fé em comunidade ou individualmente permanece nublada, imperfeita e provisória. No penúltimo, filhas e filhos de Deus fogem da cruz e duvidam da ressurreição. Sutilmente Anulam Jesus e sua obra de amor e salvação. Gritam “Senhor, Senhor”, mas não aceitam a presença de Deus, em Cristo, na realidade penúltima onde ainda há morte, mentiras, ódio, pecados e poderes da humanidade. Continue essa reflexão! Somos livres e praticamos a fé, por causa da ação salvadora de Jesus. Mas, devido a nossa condição humana, pecamos e insistimos nesse tempo penúltimo em humanizar Deus e em negar o seu amor e justiça.

3 de novembro de 2021

Os jovens e a esperança

Os jovens participam das comunidades, onde individualmente ou em grupos vivem a fé em Jesus Cristo. Assumem tarefas comunitárias, gestos e serviços que exigem amor e participação. Resistem aos limites impostos pela Pandemia do Covid 19. Não permitem que os seus dons, planos e sonhos sejam amarrados e apagados. Nesse tempo precisamos socorrer uns aos outros. Também os jovens precisam de ajuda, de estímulos para viverem a sua maior vocação, o dom de construir esperança e torná-la viva e real. A história nos conta que jovens promoveram mudanças, questionaram valores danosos. Sofreram e romperam com mentiras, violência e ódios presentes em suas casas, escolas e ruas. No cenário mundial, ainda hoje, jovens são protagonistas que promovem questionamentos, mudanças e tranaformações. Essa história e a vocação de Deus não autorizam conteúdo e valores da morte, da indiferença, de fundamentalismos e ações que sufocam, desanimam e adoecem os jovens. A participação deles nos espaços comunitários de fé e sua vocação não podem se apagadas. A vela acesa não pode ser colocada no porão da humanidade (Mc 4.21). Os jovens precisam de motivação e espaços para continuarem sua missão de servir e de encantar a vida com seus gestos, testemunhos, sonhos e esperanças. Nossas comunidades, toda a igreja e nossas casas precisam dos jovens, da sua vivacidade e vocação. Necessitam do encanto pela vida, alimentado pela esperança, sinais da missão de Deus que revelam a novidade de vida. Todos nós, filhos e filhas de Deus, quando cansados e desanimados, presos ao passado, necessitamos de luz, de esperança, de exemplos vivos que desviem nossos olhos e mentes para o novo que virá.

30 de setembro de 2021

Na escuridão Deus é a nossa luz

Deus é a nossa luz. Na escuridão Deus é a nossa luz. No caminho de Jesus não encontramos trevas. A pandemia aumentou a escuridão. Travou o movimento da sociedade, confundiu os poderes instituídos, paralisou instituições, setores da economia, a casa, as igrejas, atividades pessoais e comunitárias. Se estávamos no escuro, no início da pandemia encontramos com as trevas. Milhares morreram, milhares ficaram órfãos, milhares choraram o luto, milhares sofreram em hospitais. E a panemia continua. O céu ainda está nublado. Vivemos momentos difíceis. Conhecemos o que de fato é ser provisório, vulnerável, passageiros. Depois de um ano e meio vários horizontes são apontados, mas as previsões não são confiáveis. Não sabemos bem como serão os próximos meses e anos. Mesmo na escuridão conhecemos a luz, falamos da luz, testemunhamos a luz. Porque cremos que Deus está conosco. A promessa de Jesus Cristo foi real até agora. Não estávamos sozinhos e não estamos sozinhos. Reinventamos a forma de culto. Com tristeza sepultamos os mortos, colocamo-nos ao lado dos sofridos, ajudamos, repartimos e partilhamos com a fé em Jesus Cristo. Jesus Cristo nos iluminou e nos ajudou a construir esperanças. Tornamo-nos fortes. Resistimos. Servimos. Praticamos diaconia. Anunciamos a presença de Deus. A palavra de Deus continuou sendo estudada e proclamada. João 8.12: Jesus disse: - Eu sou a luz do mundo. Quem me segue não andará nas trevas; pelo contrário, terá a luz da vida. Andar nas trevas... Como é viver nas trevas? Sem rumo, sem caminho... O que conseguimos fazer nas trevas, no escuro? Na luz somos mais fortes. Temos mais liberdade. O que sabemos sobre a luz? A Criação inicia com a luz! Gn 1.1-3 : No princípio Deus criou os céus e a terra. A terra era sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo, e o Espírito de Deus se movia sobre as águas. Então Deus disse: - Haja luz. E houve luz. Luz é muito importante para a vida. Todas as formas de vida do planeta necessitam, direta ou indiretamente, dos efeitos da luz solar para viver. No caso dos humanos, além da manutenção da temperatura ambiente, a incidência dos raios solares permite processos químicos importantes, como a produção de vitamina D, responsável pela fixação do cálcio em nosso corpo. A luz solar é fundamental, ainda, para que as plantas possam realizar a fotossíntese, processo através do qual os vegetais transformam gás carbônico em glicose (que é absorvida por eles) e em oxigênio (liberado para a atmosfera). Surpreendentemente, doenças como Alzheimer, Esclerose Múltipla, Depressão, Insônia são combatidas pela simples emissão solar. A sensação de alívio e prazer, contudo, é gerado por essa exposição capaz de acelerar a cura de várias doenças e contribuir, inegavelmente, para a qualidade de vida. A luz do Sol é Criação de Deus. A luz de Cristo é mais do que a luz do sol. A luz de Jesus é a luz de Deus. A luz de Deus no mundo ilumina nossos passos, mostra o caminho. Equilibra a nossa vida de fé. Quando tudo está confuso, misturado, brigado, na luz de Jesus Cristo, na luz de Deus encontramos respostas, verdade, vida. A luz de Jesus Cristo é maior do que a escuridão da morte e nos confirma a ressurreição. Na escuridão, no caos do mundo, na doença, no sofrimento, no abandono, na solidão, na pandemia precisamos da Luz de Deus. Ela é a nossa maior vitamina para a vida no mundo. Ela nos dá coragem para seguir em frente e esperar o novo que vem das mãos de Deus. Vamos caminhar pela luz de Deus. Queremos ser guiados pela luz de Deus.

Sair fora dos falsos deuses

2 Reis 5.17 – Naamã disse: De agora em diante eu não vou oferecer sacrifícios e ofertas que são completamente queimadas a nenhum deus, a não a Deus, o Senhor. Irmãos e Irmãs em Cristo! O rei Naamã, ao seu curado de uma doença grave, reconheceu Deus o Senhor, como único Deus. Prometeu não adorar e fazer sacrifícios a outros deuses. A idolatria, a adoração a outros deuses ainda está presente em nosso mundo. A busca por uma vida melhor, mais riquezas, mais felicidades, facilidades, privilégios, geralmente nos levam até falsos deuses. Deixamos de aceitar o amor de Deus, o evangelho, e buscamos deuses que podemos comprar, mandar e que fazem o que nós queremos e que nos digam o que queremos ouvir. A palavra de hoje é um testemunho de uma pessoa que decidiu jogar fora os outros deuses, os falsos deuses, e entregou a sua vida e tudo que tem ao Deus, o Senhor. Você, ouvinte, tem claro a sua opção de fé? Você adora e confia sua vida, e segue ao Deus do evangelho, Deus do amor, que veio ao mundo e venceu a morte e nos deu a vida que ressuscita? A palavra de hoje convida você para prestar atenção na sua vida e voltar-se para o verdadeiro Deus, que é luz do mundo, pai da eternidade, príncipe da paz. Esse é o Deus de misericórdia que sinaliza a nossa vida com os dez mandamentos. O Deus Espírito Santo que, desde o batismo, está presente em nossa vida. Esse é o Deus, o Cristo que, a partir da cruz e da ressurreição, se faz presente em nossa realidade, em nossa casa, em nossa cidade, em nossa vida. Esse é o Deus que tem o poder de nos consolar, nos amparar, de colocar-se ao nosso lado também quando tudo está difícil, também quando tudo vai mal: na doença, no luto, na perda, na injustiça, na falta de oportunidades. Esse é o verdadeiro Deus que encontramos na fraqueza. Ele não nos abandona quando perdemos. A sua sabedoria não é sabedoria humano. Esse é o Deus da comunidade cristã, da Igreja de Jesus Cristo que insiste em pregar o amor, a paz, a reconciliação, que anuncia o perdão, que valoriza os dons de cada um e chama a todas e todos para caminharem no caminho da busca pela dignidade, sendo solidários, doando, ajudando, socorrendo, orando, louvando, confraternizando, e juntos construindo esperança e confiança nas promessas de Deus. A palavra de hoje convida você e eu para abandonarmos as falsas esperanças, os falsos deuses e, em vez disso, entregarmos a nossa vida e o nosso caminho ao Deus de amor, o Senhor.

3 de agosto de 2021

Pai Nosso

Jesus revelou às pessoas e ao mundo o Deus Criador, misericordioso, o doador da vida. Em Jesus, tornou-se pessoa humana e revelou o amor. Transformou o mundo, a criação e as criaturas. Chamou para segui-lo. Dialogou com seus seguidores e seguidoras, com as filhas e filhos de Deus. Nesse diálogo ensinou a orar. Jesus ensinou a oração que conhecemos como o "Pai Nosso". Os discípulos e os vários grupos da época tinham dúvidas sobre a melhor maneira de dialogar com Deus, de clamar e agradecer. Uns tinham medo, outros oravam demoradamente e usavam a oração para engrandecerem a si mesmos. Jesus nos deu a oração que nos coloca em comunidade, em comunhão uns com os outros. E com a ação do Espírito Santo cria comunhão, respeito e amor entre os diferentes, entre todas as pessoas, e com todos os povos. Coloca todas e todos no mesmo banquete. O Pai Nosso ora para o único Deus, que está acima de tudo e com todas e todos. Um diálogo de fé que alimenta a vida. Aproxima os diferentes e os colocam em movimento no mesmo caminho. No catecismo Lutero destaca na explicação do Pai Nosso: Deus quer atrair-nos com estas palavras para crermos que ele é nosso Pai de verdade e nós somos seus filhos e filhas de verdade. Em comunidade, na oração do Pai Nosso ouvimos as vozes de dezenas, de centenas de filhas e filhos de Deus que clamam em comunhão. Todos os filhos e filhas de Deus naquele momento assumem que não são deuses, que não têm a verdade, que não são melhores ou maiores do que os outros e que Deus tem em suas mão o reino, Dele é o poder e a glória. Jesus nos ensinou a orar.

1 de julho de 2021

Lucas 24.44-53

Celebramos hoje a ascensão de Jesus ao céu. São 40 dias após a páscoa,10 dias antes de Pentecostes. Conforme a leitura que ouvimos, o Evangelho de Lucas relata: Aconteceu que, enquanto os abençoava, ia-se retirando deles, sendo elevado para o céu. Jesus volta para junto ao Deus Criador. Ele veio da parte de Deus para o mundo. O verbo se tornou carne e morou entre nós. E voltou para a plenitude, junto ao Deus todo-poderoso e misericordioso, para estar conosco em todos os lugares, para caminhar conosco, guiar e iluminar nossos passos, para em nossa fraqueza nos fortalecer e nos amar, fazendo de nós suas filhas e filhos. Hoje é dia de recordar e celebrar que Jesus cumpriu o que foi anunciado pelos profetas. Ele viveu em nossa realidade, tornou-se pessoa humana, conheceu a nossa fragilidade, o nosso pecado, a nossa morte, sofreu na cruz para vencer a morte, e ressuscitou, no terceiro dia, para nos doar a vida. Hoje é dia de louvar a Deus e celebrar a promessa que Deus cumpriu: a chegada do Espírito Santo para os discípulos, dez dias depois da ascensão. Jesus é levado ao céu, mas a salvação e o evangelho, com a ação do Espírito Santo fica no mundo para os que ouvem e creem. Foi por isso e assim que Nasceram as comunidades de Jesus Cristo. Nasceram os sinais do amor de Deus no mundo, através da vivência da fé, do testemunho e da prática do amor em comunidade. As comunidades de Jesus que até hoje reparte na Ceia do Senhor o pão vivo que desceu do céu, e voltou ao céu, para estar conosco em plenitude - dádiva de Deus. A volta de Jesus ao céu não é um ato de abandono de Deus. Jesus não nos abandona no mundo, em meio aos perigos e aos poderes da morte. A ascensão de Jesus é uma ação de Deus que completa a obra de reconciliação dos seres humanos e da criação com Ele. Pela fé, em comunidade, com o Espírito Santo vencemos o limite humano e alcançamos a comunhão com Deus, já agora nesse mundo. O gesto de Jesus de ainda abençoar, antes de subir ao céu, revela que aqui no mundo, nos limites da nossa humanidade somos abençoadas, chamadas para a vida, vocacionadas para proclamar o amor de Deus, para praticar o amor e testemunhar a plenitude da vida, nesse mundo, sob a bênção de Deus. Como é bom falar e ouvir sobre o evangelho, sobre essa ação milagrosa e bondosa de Deus, revelada na ascensão de Jesus. Sim, ouvir isso nos dias de hoje, em meio a pandemia, ameaçados por um vírus ainda não vencido pela ciência humana, é como ouvir uma melodia que cria paz, confiança, esperança, vontade de viver e de proteger a vida. Ouvir que somos abençoados e que Jesus, aquele que conhece a nossa realidade e as nossas fraquezas, ouvir que ele está conosco subiu e ao mesmo tempo no céu, que é o Deus da eternidade e ao mesmo tempo, nesse tempo em que milhares são contaminados pelo vírus que mata é como a brisa da manhã após a noite mal dormida. Ouvir hoje que somos abençoados mesmo correndo risco de morrer, nos dá forças para proteger a nossa vida e a vida dos outros. Nos dá forças para cuidar da nossa vida e cuidar da vida dos outros, custe o que custar. Porque preferimos a vida, aquela doada pelo Deus que está no céu e ao mesmo tempo está conosco. É melhor estar com Deus, porque mesmo que aqui perdemos estaremos sempre com aquele Deus de amor que nos incluirá na sua plenitude. Ascensão é dia de louvar a Deus. Dia de orar e agradecer a Deus por seu, amor, por seu cuidado, por sua ação salvadora

25 de junho de 2021

Desafios da Igreja

Entre os principais desafios das Igrejas, em especial, das comunidades da nossa IECLB aponto para o desafio teológico, responder as perguntas: onde está a Cruz de Cristo nas Cidades, vilas, ruas e casas? Onde estão os sinais da ressurreição? Nesse tempo,esse assunto é prioridade para os cristãos. Quem tem olhos só para ver milagres, prosperidade, vitória, prazer, sucesso, não tem olhos para enxergar que Deus se revela no Crucificado. Martim Lutero afirmou que o conhecimento verdadeiro de Deus passa pelo Jesus crucificado, onde Deus revela o rosto da graça e do amor. Quem enxerga a Cruz de Cristo estampada na realidade em que vive vê sinais da ressurreição, conhece a paz do Cristo de Deus. Esse desafio teológico passa pela necessidade da contextualização do anúncio do evangelho, do falar de Deus, da constante tentativa de dar linguagem e voz à graça e ações salvadoras de Deus. Na aparente ausência de Deus está a sua presença. As pessoas estão sempre em busca de felicidade, justiça e pão; também querem libertação da morte. Elas se movimentam em direção a Deus. Buscam a superação das suas fraquezas e necessidades. E o desafio da igreja é ajudar para que essa busca e olhares direcionam-se para a comunhão com Deus e com as pessoas próximas, que passa pela realidade do dia a dia que inclui acruz. Inclui a perda, o sofrimento, a doença, a injustiça, a falta de oportunidades e recursos para viver - a realidade da cruz. Esse caminho passa pela presença e sinais do reino de Deus, e as leva as pessoas cristãs à cura e à felicidade, à superação da morte com dignidade. Cremos que a realidade e a situação em que vivemos abrigam a contínua presença salvadora de Deus, através do Cristo da Cruz e da ressurreição. Esse desafio da Igreja e das suas Comunidades criam movimento. Surgem novos diálogos e a interação com dia-a-dia, mediados pelo evangelho, pela ação salvadora de Deus na cruz de Cristo. Ali, pela graça e ação do Espírito Santo, através da diaconia e da missão, as pessoas e as comunidades podem conviver com os sinais do reino de Deus e encontrar forças e meios para superarem a perda, o sofrimento e a morte e, ao mesmo tempo, tornarem-se transformadores da realidade humana que avilta a graça e o amor de Deus.

23 de junho de 2021

Sinais

Sinais do Reino de Deus O reino de Deus é uma semente no mundo, que brota e cresce sem o controle dos semeadores (Mc 4). A semente é o evangelho de Jesus Cristo. Nós somos semeadoras e semeadores. A nossa realidade e a humanidade são a terra onde o evangelho é anunciado. Hoje, no tempo da pandemia perguntamos: Onde estão os seus sinais do reino de Deus nesse mundo? O reino de Deus é como uma semente pequenininha, que ao crescer torna-se dádiva, abrigo, a maior das plantas, onde os livres da morte fazem seus ninhos, comunidades de Jesus Cristo, cuidam uns dos outros, buscam escapar do ódio e da morte e anunciam a vida doada por Deus. Os sinais do reino de Deus no mundo são sementes que brotam, crescem e dão frutos. Sementes do amor de Deus, do perdão, de compromisso com a vida, de comunhão, de ações que carregam os fardos uns dos outros e estendem a mão aos que necessitam de pão, de cura, de dignidade, de valores da paz, de justiça, de cuidados, de colo, de consolo, de apoio e solidariedade. O Reino de Deus não é um grande espetáculo, não é mágico e fantasioso, não é material que enferruja e apodrece. O reino de Deus é de DEUS! É revelado através de pequenos gestos de amor e de ações que transformam vidas e realidades humanas. Deus chamou você e eu. Chamou a sua igreja para semear o evangelho, para que a semente chegue em todas as terras, germinem e deem frutos. A terra está árida, um torrão! A terra está estéril e nela há possas de sangue, que resultam da violência, do ódio, dos poderes, de sistemas e valores que classificam as pessoas e as transformam em mercadorias e lixo. É tempo de semear, adubar a terra. Os frutos virão!

27 de maio de 2021

Meditação: Lc 13.6-9

Então, Jesus proferiu a seguinte parábola: Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha e, vindo procurar fruto nela, não achou. Pelo que disse ao viticultor: Há três anos venho procurar fruto nesta figueira e não acho; podes cortá-la; para que está ela ainda ocupando inutilmente a terra? Ele, porém, respondeu: Senhor, deixa-a ainda este ano, até que eu escave ao redor dela e lhe ponha estrume. Se vier a dar fruto, bem está; se não, mandarás cortá-la. Merecemos morrer, ser cortados da história? Somos uma figueira estéril? Estamos sugando a terra sem produzir frutos? Desde o batismo recebemos dons para servir e amar - dar frutos. Somos tal como árvores frutíferas. O amor de Deus nos prepara para servir uns aos outros e participar da missão de salvar. Quando a morte é vizinha de porta perguntamos se somos isso mesmo ou se merecemos morrer. A parábola da figueira (Lucas 13.6-9), parte do diálogo de Jesus com os fariseus sobre esse assunto, nos ajuda a resolver essa dúvida. O patrão é a dimensão humana que nega a Deus, que não crê no evangelho. Em nossas vidas temos um pouco desse dono da plantação de uvas. Desde crianças somos treinados para ser os melhores. Os piores são castigados. Na escola somos classificados pelas provas. No esporte temos que chegar na frente. A universidade só abre matrículas para os mais inteligentes. No trabalho os mais competentes são promovidos. Em casa não podemos decepcionar. Esses valores e essa lógica humana que vivem em nós são representadas na parábola por aquele que manda cortar a figueira, pois não produz frutos e para nada serve. O empregado da parábola representa o Espírito Santo de Deus. Desde o batismo também o viticultor mora em nós. Ele é o Espírito Santo com o rosto de Jesus. Convence-nos do evangelho, nega a proposta do patrão e oferece nova chance. Aduba e afofa a nossa realidade e as nossas vidas com o amor. Liberta da escravidão de ser o primeiro, o melhor, o maior, o forte. Encontra-nos em nossa fragilidade e nos empodera para amar e dar frutos. Mantém viva em nós a luz da vida. Oferece-nos a cada dia “adubo” para viver.

16 de março de 2021

Orai sem cessar

Jesus ensinou a orar sempre sem desanimar (Lc 18.1) Motivou a prática da oração e revelou que Deus ouve as nossas orações. Pois Ele conhece as nossas necessidades e a nossa realidade e morte.
A oração nos aproxima do amor de Deus. A prática da oração nos convence de que sozinhos e sem Deus somos vazios, vulneráveis ao mal e aos poderes que matam. Martim Lutero em seu comentário sobre o Pai-Nosso afirmou que depois de fazer o bem ao próximo precisamos orar, buscar em Deus auxílio tanto para nós como para todo mundo. Lutero constatou que, em sua época, a verdadeira oração com fé genuína era um ato raro.
No nosso tempo de pandemia, escuridão, violência e morte precisamos orar sem cessar. Reconhecer a nossa fraqueza e o nosso vazio. Buscar em Deus auxílio, orientação, discernimento, salvação. Deus coloca-se ao nosso lado quando reconhecemos a nossa fraqueza, a nossa impossibilidade de vencer sozinhos. Sem o auxílio, a ação de Deus, não conseguiremos vencer a pandemia. As nossas divisões, estupidez, desrespeito aos dons que Deus concedeu a mulheres e homens para vencerem as doenças, a falta de cuidado e a vulgarização dos procedimentos que evitam a contaminação pelo COVID 19 são atos de escárnio a Deus. É o mesmo que cuspir (Mc 14.65) no rosto do Cristo de Deus, que doou a própria vida e venceu a morte. 
Orar e buscar em Deus auxílio restabelecem em nós dignidade, a justiça da reconciliação com a vida e com o amor de Deus. Concedem-nos empoderamento para construir a superação, participar da nova realidade que virá das mãos criadoras e salvadoras de Deus. Destaco, ainda, que orar também é treinar a honestidade, a ética e coibir a enganação. Afinal nem você e nem eu arriscaríamos mentir para aquele que nos ama, que conhece a nossa vida, nossa história, nossos dons e fraquezas, o nosso ser.
Convido você para orar sempre, em sua casa e em sua comunidade de fé. Ore sem Cessar!

Gálatas 5.25-6.10 - Plantar e colher o bem

Gálatas 5.25-6.10 Conforme João 6.68, Pedro diz a Jesus que Ele tem a palavra da vida eterna. Não tem outro a ser seguido. Pedro pergunta a...