A festa de passagem do ano envolve rituais simbólicos criados para festejar, ou destacar o fim de uma etapa
e a chegada de outra. Fogos, champanhe, lentilhas, abraços, gritos, pulinhos, roupas brancas
integram o rito de passagem em que o ser humano faz uma espécie de avaliação de pontos positivos
e negativos da sua vida. Com o ritual procura despir-se de crises, vícios, problemas,
perdas, angústias e, simultaneamente, projeta sonhos, atualiza projetos,
reorganiza a vida e vislumbra um tempo novo e promissor. Alguns rituais e comidas
são involuntariamente “religiogizados”, recebem significados mágicos e
espirituais, tais como: boa sorte, dinheiro fácil, fartura, afastamento de maus
espíritos, e outros.
Esses rituais de passagens, também as festas de aniversários e jubileus, com a
marcação do tempo em ciclos são milenares. Estão ligados à necessidade do ser
humano de construir segurança a sua vida, de antecipar certezas que não
conhece, mas que espera. Geram bem estar e fortalecem a esperança. Contribuem
para a saúde mental.
O
“reveillon” tem o poder de tocar milhões de pessoas de diferentes culturas e
religiões. Tornou-se um espetáculo humano que subverte e substitui outros
rituais com propósitos semelhantes.Em
francês, a palavra ‘réveillon’ remete a vigília, ao ato de estar
acordado. Afinal é preciso marcar a passagem do velho para o novo com energia e
vibração.
A Igreja cristã, por exemplo, com o seu calendário litúrgico que marca a passagem para o novo ano no quarto domingo antes do natal, perdeu o seu impacto. Pouquíssimas pessoas da Igreja cristã dão valor ao rito eclesiástico e a sua liturgia. Pro isso, os cristãos, impactados pelo ritual do réveillon, sem perceber alguma contradição com a proposta da sua Igreja, participa da festa do ano novo na virada do dia 31 de dezembro para o dia 01 de janeiro.
Então, mais um motivo de festa: FELIZ ANO NOVO!
Guilherme Lieven
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