27 de junho de 2018

Comunidades, um livro de cantos


A nossa Igreja, a IECLB, em 2018 definiu o tema: Igreja, Economia e Política. A escolha foi motivada pela comemoração dos 500 anos da Reforma, que apontou novamente para a importância dos conteúdos de fé da tradição evangélico-luterana. Estas três palavras definem as três dimensões fundamentais da existência humana. Para Martim Lutero, por exemplo, a igreja vem em primeiro lugar na organização humana. Refletimos, nesse texto, sobre a igreja, a sua vocação, tarefa e carisma. 
Somos uma igreja de comunidades, onde a Palavra de Deus é anunciada, praticada e vivenciada. As comunidades cristãs surgiram da Palavra de Deus, da proclamação do evangelho, da administração dos sacramentos, do ensino, do testemunho e da vivência da fé.
A Confissão de Augsburgo, que observamos como documento confessional ensina que a igreja cristã é a congregação de todos os crentes e santos (art.8), chamada para construir a unidade. Como diz o apóstolo Paulo: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4). A comunidade é o corpo visível e invisível de Jesus Cristo. Na primeira carta aos Coríntios (12) lemos que nesse corpo todos são importantes. Mesmo diferentes, fortes ou fracos, em movimento mostram os sinais da presença de Cristo nos contextos e no mundo.
A igreja de comunidades, que somos hoje, herdou as comunidades que se formaram no Brasil desde o século 19 com a imigração. Primeiro surgiram as comunidades, escolas e cemitérios; depois vieram os pastores e missionários. E mais tarde, com muitos esforços organizaram as comunidades em Sínodos. Nesse processo e caminhada com muita poeira, surge a IECLB do desafio de constituir uma igreja evangélica de confissão luterana em nível de Brasil.
A constituição da IECLB definiu que somos uma igreja de Jesus Cristo no País, formada por Comunidades e pelos membros a elas filiados. Conforme esse documento, ela tem a tarefa de propagar o Evangelho de Jesus Cristo; estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária; promover a paz, a justiça e o amor na sociedade; participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo. Estas proposições estão fundamentadas na Palavra que comunica a vontade de Deus, qual seja, que todos os seres humanos sejam salvos (1Tm 2.4) e conheçam a verdade e vivam com dignidade.
As comunidades cristãs, organizadas em igreja, pela graça e ação do Espírito Santo, recebem a vocação de apresentar Deus ao mundo e às pessoas. Anunciar a sua vontade, o seu amor. E Deus mesmo afirmou: Eu sou o SENHOR, teu Deus (Ex.20.2ª)! O Deus que tirou o povo da escravidão no Egito. Aquele que doou a vida ao ser humano e o tornou livre para amar e anunciar a paz, a justiça, a vida no mundo.
A igreja de comunidades, com esse talento de Deus em suas mãos organiza, apoia, assessora, cultiva a unidade. Movimenta o testemunho e as ações do único Deus salvador. Proclama o verdadeiro Deus que veio ao mundo em Jesus Cristo e trouxe a reconciliação, o amor sem fim, os sinais da plenitude que virá, tornando a Criação e os seres humanos herdeiros da eternidade, livres do pecado e da morte.
A igreja das comunidades cristãs aceita a voz e o chamado de Deus para louvar, partilhar, semear o amor, a justiça, a paz e participar dos sinais da presença do Cristo de Deus no mundo. Celebra a vida. Assume o compromisso de criar espaços novos para a vivência da fé que denuncia os poderes da morte (Mt 10.28) e estabelece sinais de liberdade, diálogo, solidariedade, partilha, consolo, cuidado e de paz.
Podemos comparar a igreja com um livro de cantos permanentemente aberto. As comunidades são os hinos. Cada hino tem a sua partitura, pauta, compasso, melodia, ritmo, identidade, conteúdo e poesia. Assim como cada comunidade tem a sua forma, seu ritmo de vivência de fé, seu contexto, história, tradições, desafios, talentos e vocação. O livro de cantos é o ajuntamento de todos esses hinos. O livro organiza e apresenta os hinos. Facilita o manuseio. Explica as diversas partes e motiva as cantoras e cantores a cantar com ritmo, devoção e alegria. A igreja, por sua vez, também apresenta a Palavra de Deus e organiza a sua proclamação. Chama para a gratidão e ao louvor. Movimenta as comunidades para servir e testemunhar em unidade nos diferentes contextos, em meio a diversidade, diante de múltiplos desafios, e as aprontam para viver em comunhão com Deus e anunciar a boa notícia da salvação.
O livro de cantos da nossa igreja é pesado. Se cair no pé machuca. Também a igreja pode ser avaliada como pesada.  Porém a tarefa da igreja não é só bonita e confortável. No movimento do corpo de Cristo visível inclui a perseguição e a cruz. A tarefa é leve como ensinou Jesus (Mt 11.30), mas também pode ser pesada. Exige planejamento (Lc 14.28) e fidelidade (Lc 9.62). Por isso a igreja ao cumprir a sua tarefa gera muitas reuniões, encontros de formação, reunião de conselhos, assembleias, concilio, sustentação de centros de formação teológica. A organização e os compromissos da igreja demandam secretarias e departamentos. Há uma tarefa a ser cumprida. A igreja é de Deus, por ele entregue aos seus filhos e filhas pecadoras e limitadas, que sob a sua graça e sua justificação abriga a sua presença e suas ações transformadoras.
A igreja reúne as comunidades cheias de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, indivíduos e famílias. São pequenos e fortes, alegres e tristes, também cansados, doentes e angustiados. Com elas a igreja se coloca em movimento. Alimenta o diálogo dos seres humanos com Deus e a sua Palavra.  Com fé, esperança, com a palavra que liberta e salva, sob a graça e a santificação celebra as dádivas e ações maravilhosas de Deus, na realidade violenta, manchada pela morte.
Esta é a igreja que chegou ao mundo a partir da ação criadora, salvadora e santificadora de Deus. Tornou-se a dimensão fundamental da existência humana, que corajosamente interage com a economia e a política, dimensões fundamentais da existência humano no mundo.

Sou forte na fraqueza


O Apóstolo Paulo escreveu à Comunidade cristã de Corinto que: “quando sou fraco, então, é que sou forte". O Apóstolo Paulo pregava que a graça de Deus era suficiente. Porque encontramos na fraqueza o poder de Deus.
Você e eu sabemos que Deus mostra o seu amor e a sua salvação nas coisas que achamos ser loucura. Por exemplo a salvação ao mundo veio através do Cristo crucificado. Na cruz Deus revelou o seu poder. É o mesmo que dizer que o poder de Deus se mostrou na morte. Jesus Cristo venceu a morte e mostrou o poder de Deus.
Para nós, pessoas de fé, que acreditam na paz, no amor e na vida essa verdade de Deus é um presente. Aprendemos de Deus que é justamente na nossa fraqueza que o seu poder se faz presente. Em nossa fraqueza se manifesta a sua graça. Essa é uma verdade louca para a nossa cabeça humana. Mas, pela fé, é a nossa salvação.
Quando somos fortes nós negamos a Deus. Queremos salvar a nós mesmos, queremos matar, vingar, destruir, condenar. Quando somos fortes somos pessoas perigosas que negam o amor, o poder e a salvação de Deus.
Em nossa fraqueza, quando achamos que tudo está perdido, que não somos nada e não valemos nada, Deus estende a sua mão e nos levanta, nos limpa da maldade, e nos coloca no caminho para a paz e para a vida. O Espírito santo derrama em nossos corações a gratidão e passamos a ser pessoas generosas, que partilham e tem esperança.
Não podemos ter medo das nossas fraquezas. Creiamos na graça de Deus, no seu amor. E no seu poder de estender a sua mão para nós justamente quando estamos fracos. Que a graça de Deus nos envolva.

Somos filhas e filhos de Deus


Em muitos momentos da nossa vida caímos na tentação de achar que não somos nada, ou que não valemos nada. Pensamos que não temos talento, nem dons, que somos vazios e não temos sentido, que a nossa vida não tem valor.
Nessa situação sofremos. Por exemplo, crianças que na escola sofrem bulling, que são perseguidas com piadas, preconceitos e humilhações sofrem, se entristecem.
Jovens que não se sentem amados, que não percebem atenção e cuidados das pessoas que convivem com eles buscam o isolamento, se entristecem, falam pouco, evitam amigos e vivem uma crise perigosa de existência, não vê sentido em nada.
Isso também acontece com as pessoas que passam por uma perda muito grande, luto, violência, falta de emprego, solidão abandono.
A Palavra de Deus, no entanto, nos diz que todas as pessoas batizadas são filhas de Deus. E todas as pessoas são criaturas de Deus. Para Deus todos são seus filhos, cada um é importante, Deus está pronto para estender a mão a todas as pessoas.
Então, Deus não quer que nos diminuímos ao nada. Deus não quer que nos isolamos, Deus não quer que acreditemos na pessoas que nos ridicularizam, ou que nos causam danos.
Com Deus podemos ser fortes e descobrir a beleza da nossa vida. Deus abre os nossos olhos para aceitarmos os dons que temos, as possibilidades que se apresentam, o recomeço, a alegria de viver.
O Profeta Jeremias orou a Deus e pediu: Não nos abandones, ó Deus. Nós somos o seu povo, venha para o meio de nós.
O Apóstolo Paulo ensinou para os cristãos do seu tempo: todos vocês são filhos de Deus. Pela fé todos nós somos filhos de Deus.
Não podemos duvidar da importância da nossa vida e do valor da vida do outro. Lembremos sempre que Cristo nos tornou filhos e filhas de Deus.
Nossa vocação é viver e não morrer. Que Deus afaste de nós a tentação de duvidar da vida, da nossa vida, da beleza da vida. Que a Paz de Jesus Cristo seja com nós.

As Asas de Deus - Programa de Radio



Olá Ouvinte, aqui onde moro tem quero-quero. É interessante observá-los protegendo o ninho e os filhotes. Eles usam as suas asas para atacar os predadores. Dão voos rasantes ameaçando aqueles que passam por perto do ninho. Usam as asas para proteger os seus filhotes.
Ao ler o Salmo 91. O versículo 4 lembrei-me dos quero-queros. O poeta escreveu assim: Deus o cobrirá com as suas asas, e debaixo delas vocês estará seguro.
O poeta imaginou Deus com enormes asas com o poder de proteger, abrigar. Somos convidados pelo poeta do Salmo 91 para deixar Deus nos cobrir com as suas asas e nos proteger do mal.
Comparação semelhante também Jesus fez, e está escrito no evangelho de Mateus. Ele disse ao povo de Jerusalém: Quanta vezes eu quis reunir vocês, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas...
Precisamos saber ou lembrar que Deus quer nos proteger. Nem sempre conseguimos nos proteger sozinhos. Precisamos das asas de Deus para nos cobrir e abrigar. Com Deus podemos jogar os nossos medos no lixo. Medo, angústia, preocupação nos fazem muito mal. As asas de Deus, o abrigo de Deus, nos liberta do mal, nos faz livres e ganhamos qualidade de vida. Com Deus podemos caminhar com os pés firmes no chão da nossa realidade, mesmo quando tudo vai muito mal.
Em nosso tempo precisamos das asas de Deus. Com medo e angustiados, sem esperança e expostos ao mal, somos tentados a pensar que a saída, a proteção está na violência, na vingança, na disputa de poder, no dente por dente, olho por olho... e a Palavra de Deus nos ensina que Jesus, o nosso salvador passa bem longe de tudo isso.

3 de maio de 2018

A paz seja contigo


Programa de Radio

Em Lucas 24. 36 Jesus disse aos discípulos: QUE A PAZ SEJA COM VOCÊS!!!

Precisamos de paz. Precisamos da paz que muda a nossa vida, que passa confiança, que nos deixa mais vivos.

Jesus também nos saúda nesse dia. Ele diz: Que a paz seja com vocês!!!

- Estamos aflitos, preocupados, precisamos de paz... E Jesus Cristo nos dá a sua paz nessa situação...

Estamos angustiados, cansados, desanimados, os planos não estão dando certo; e precisamos de paz.

Estamos frustrados, as tarefas são muitas, a família e a nossa casa não vão bem. Precisamos da Paz de Jesus Cristo.

Os discípulos estavam numa situação muito semelhante à nossa. Para eles tudo havia terminado. O seu líder, o seu profeta, aquele que curava, ensinava e anunciava o Reino de Deus, foi morto e sepultado.

Na situação em que estamos: aflitos, cansados, sofridos, marcados pelo ódio, sem enxergar dias melhores, querendo salvar a nós mesmos e buscando salvadores da pátria, ...  Assim como os discípulos de Jesus, Também nós precisamos da saudação de Jesus: A Paz seja com vocês. Ao pensarmos que Deus não está conosco, ficamos sem o caminho, sem a verdade, sem vida. Precisamos ouvir a Palavra de Jesus: A paz seja contigo.

Jesus vive e ressuscitou. Nosso Deus não é um fantasma. Ele é invisível, mas está presente, tão certo como o ar que respiramos...

COM ELE, podemos mudar a nossa vida, arrepender-nos, receber o perdão dos nossos pecados. E livres e vivos participar dos desafios e contradições, poderes e injustiças do dia a dia com coragem, dispostos a defender a vida, a servir ao outro. Despidos dos poderes que matam e do ódio fazemos a diferença, participamos da construção de relações humanas e sociedade onde é visível a dignidade, a justiça e a paz.

Com Deus e com a paz que Cristo nos dá, vivemos sem ansiedade, sem medos e angústias. Com Deus e através de Jesus Cristo conhecemos a liberdade, enchemo-nos de esperança e de paz.

Que a Paz de Cristo seja com você, ouvinte!

14 de fevereiro de 2018

A Bíblia conta


A Bíblia conta que o Profeta Jeremias foi ao templo para falar aos frequentadores dos cultos e rituais de adoração que deveriam mudar o seu modo de viver. O profeta Jeremias criou uma grande confusão. Conforme o capítulo 7. Versículo 15 do seu livro, Jeremias foi duro e anunciou que Deus iria expulsar o povo da sua presença. Deus disse: Vou expulsar vocês da minha presença.
O problema daquela época era a mentira, a exploração dos fracos e pobres, as maldades e safadezas dos que iam ao Templo. O profeta não era a favor da condenação, mas queria que as pessoas se transformassem.
Em nossos dias o problema é muito semelhante. Continuamos pecadores. A maioria pratica a injustiça, são a favor da maldade. Não podemos negar, entre nós é comum o racismo, a discriminação, a indiferença diante da violência e da destruição dos direitos. As pessoas usam o poder pessoal político e econômico para seus interesses criminosos. Só que essas pessoas não precisam do profeta Jeremias. Elas mesmas se afastam de Deus e não querem mudar o seu jeito de viver. Elas fazem cursos para aprimorar, encontrar meios e estratégias para multiplicar a sua safadeza e a sua exploração.
As pessoas se afastam de Deus. As comunidades cristãs e Igrejas que anunciam o amor de Deus, a justiça de Deus, o projeto de Deus de fazer novas todas as coisas, que motivam a humildade, a prática do amor e do cuidado de uns com os outros, a buscarem a nova vida que virá, essas comunidades e Igrejas estão vazias. A maioria vai ainda lá para praticar os rituais: batismo, confirmação, casamento e bodas.
As pessoas erradas, falsas e opressoras não querem mudar o seu jeito de viver. Essas pessoas constroem templos e pagam pastores e pastoras que apoiam suas falcatruas, que usam as mesmas regras e métodos para dominar explorar e enganar. Criam rituais para abençoar o dinheiro, a riqueza, as vitórias nas custas dos outros.
O incrível que a Palavra de Deus nos anuncia que, mesmo assim, Deus não se afastou dessas pessoas, mesmo que elas já se afastaram dele. Deus ainda espera delas o arrependimento e a mudança de vida.
Deus não desiste das suas criaturas e da Criação. Não podemos nos afastar de Deus e deixar vazios os espaços que revelam a sua presença salvadora. Mesmo entre poucos, nosso caminho é a liberdade, a justiça, a comunhão e a paz.

Na correria escondemos de nós mesmos.


Pergunto a você, já fiz essa pergunta para mim mesmo hoje, como você está? Como você está? Você já respondeu essa pergunta hoje?
Sempre temos respostas curtas e fáceis para essa pergunta. As vezes respondemos: estou bem, não tão bem como você. Fugimos da verdadeira resposta e, ainda, aproveitamos para cutucar a quem perguntou.
Na correria tendemos a esconder-nos de nós mesmos.  A correria cria o perigo do atropelamento. Na correria, na vida sem pensar e avaliar, sem tempo para a gente mesmo, corremos o risco de nos deixar atropelar, ou atropelamos aos outros.
Precisamos de parar uns dois a três minutos algumas vezes ao dia. E responder perguntas: Como eu estou? Estou bem? Estou cumprindo a minha missão? O que eu estou fazendo tem sentido? Estou cuidado do meu corpo. Estou fazendo boas e justas escolhas? Consigo ainda amar? Tenho amigas e amigos, tenho tempo para fazer e receber carinho e atenção. Estou resistindo aos poderes e valores do mal, e os outros conseguem enxergar em mim que sou uma pessoa da paz? Hoje eu já agradeci e entreguei a minha vida e a vida de todos que me cercam e me ajudam nas mãos Deus? Para responder todas essas perguntas quase sempre dois minutos são suficientes...
Sou pastor no Centro de Eventos Rodeio 12, em Rodeio/SC, o Sino toca às 6 da manhã, ao meio dia e às 18 horas. Três vezes ao dia, durante um minuto. O sino quando toca tem o poder de interromper. Se você falar, ninguém escuta. Se você estava ouvindo foi preciso parar. Demorei me acostumar... A minha casa a poucos metros do sino. Mas eu aprendi. Durante aquele minuto do som volumoso do sino, com aquela majestade divina, eu escolhi responder perguntas essenciais para o meu dia: Respondo para mim mesmo sobre como estou, penso nas minhas escolhas, faço um pacto com atitudes de fraternas, prometo me esforçar para respeitar aos outros, cultivar a paz e errar menos. E ainda, durante aquele minuto, dá tempo para agradecer a Deus, orar pelos outros e pedir a sua bênção para a minha vida e à vida de outras pessoas.
Não precisamos de muito para nos equilibrar durante o dia a dia.  Separe, durante o dia, alguns momentos para você encontrar-se consigo mesmo e com a liberdade que há em Cristo e em Deus.
Quanto equilibrados e conscientes, com os pés na realidade, podemos viver e servir. No evangelho de Lucas está escrito: Sejam bons, assim como o pai de vocês é bom.  Toda árvore boa, dá frutas boas e saudáveis. Paz!

Uma Igreja alternativa


Somos iguais diante de Deus? Meu assunto hoje é um pouco estranho. Você já frequentou algumas igrejas, comunidades cristãs e não se encontrou em nenhuma delas?  Essa migração de igreja em igreja aumentou as suas dúvidas sobre a importância da Igreja, da vida comunitária de fé? E, agora, depois dessas frustrações você vive sem participar na igreja. Para você todas têm defeito. Uma pior do que as outra.
Estou exagerando. Você não é assim. Mas você conhece amigos e amigas que são assim. Ou pessoas da sua família já passaram por essa experiência amarga.
Pois é! Vivemos numa sociedade em que os valores são muito loucos. Os mais importantes vencem, e os fracos perdem! O mais forte, o mais poderoso, o mais rico, o mais belo são referências para a vida. Vivemos querendo ser mais, ter mais, poder mais, vencer mais...
Essa loucura da sociedade faz a gente buscar tudo sozinho, nos individualiza, nos escraviza, torna-nos doentes, depressivos, vaidosos, discriminadores, pessoas odiosas. Essa força invisível é tão comum que não percebemos sua dominação.
Jesus Cristo juntou discípulos, comunidades cristãs surgiram, justamente para combater esse mal da individualização, da discriminação e do ódio. A Igreja surgiu no mundo para ser um lugar, um espaço alternativo dentro da sociedade louca. Um lugar onde todos e todas, mesmos diferentes, são iguais. Iguais diante de Deus. Seguem e cultivam os valores do evangelho, os valores do amor, da justiça e da paz.
Quando nasceram as primeiras comunidades cristãs, o apóstolo Paulo lembrou os cristãos que a Igreja é o Corpo de Cristo, um “corpo com muitos membros, e todos os membros, mesmo sendo muitos, constituem um só corpo”. Mesmo diferentes, a unha, os dedos, as orelhas, os pés, o nariz, os olhos, todos fazem parte do corpo e recebem a mesma importância, porque é a soma deles que move o corpo e o torna perfeito. A Igreja de Jesus Cristo, no mundo, questiona a loucura da sociedade, seus valores e poderes. E faz isso propondo uma alternativa de vida, que transforma o ser humano em um filho, uma filha de Deus, pessoas que vivem em comunhão, libertadas e livres, que cultivam a paz, propõe a convivência entre os diferentes e chama a todos para caminharem no mesmo caminho, seguindo a verdade do amor e recebendo a vida que procede de Deus, na ação salvadora de Jesus Cristo.
Essa é a importância e o sentido da Igreja cristã. Você não conhece nenhuma assim? Então vai lá, participa e ajuda a comunidade cristã que você escolheu viver no mundo como o Corpo de Cristo, onde os pequenos e grandes são iguais, e todos estão diante de Deus.

24 de janeiro de 2018

Arrependimento - Você é durão?

Voltar atrás de decisões, arrepender-se de uma palavra dura, de uma posição, para muitos é sinal de fraqueza, de humilhação.
Você é assim ouvinte? Conhece alguém que é durão, que, geralmente, chamamos de teimosos? Você também é teimoso, ou conhece alguém deste naipe?
Reconheço que as vezes eu também sou assim, e necessito de avaliar as minhas atitudes e de voltar atrás. Conhecemos homens “Machões”. Eles pensam que estão sempre certos, que os outros é que estão errados.  Atropelam muita gente. E há mulheres que também são assim.
Existe um pensamento, comum entre nós, que arrepender-se, reconhecer os erros, as limitações, as bobagens que dizemos e defendemos são sinais de fraqueza, de imaturidade, atitudes próprias de pessoas derrotadas. Esse pensamento está equivocado.
Deus nos ensina o contrário. Aceitar nossas limitações, reconhecer os nossos erros, arrepender-se são sinais de maturidade, de sabedoria, de dignidade. A Bíblia nos revela isso.
Deus acolhe as pessoas justas que reconhecem sua fraqueza, seus limites, seus nervosismos. Aquelas pessoas que saem da casinha e depois volta atrás, certas que erraram e exageraram.
Deus nos ensina a avaliar as nossas atitudes e entendimentos, e nos encoraja a aprender delas, voltando atrás e se arrependendo, sempre que necessário.
Essa é uma atitude divina. É como começar de novo. Se limpar do que é velho e vestir-se de novas chances para viver bem, viver bem em comunhão com Deus e de bem com as pessoas.
Até a medicina ensina que as pessoas quando descem dos seus pedestais, quando param com sua arrogância, quando buscam a paz, tornam-se mais saudáveis, são mais resistentes as doenças...
Deus nos convida para avaliar nossas palavras, atitudes e ações, e ... arrepender-se dos erros e das atitudes que discriminam, violentam e separam as pessoas da comunhão e da vida.

Rogo a Deus para lhe dar coragem para voltar atrás e se arrepender do mal. Essa sua atitude gera mudança, constrói paz e leva à liberdade.  Procure viver nesse caminho!

Desejar o bem, orar pelos outros

Faz bem pra gente desejar o bem ao outro. Essa atitude está cada vez mais rara. Até mesmo na família existe situações em que uns desejam o mal para o outro. É muito comum em nossos dias, como diz na linguagem corriqueira: mandar o outro se ferrar. No meu tempo de menino ferrar era uma prática boa. Ferrava-se os cascos dos cavalos e mulas para andarem na cidade, nos paralelepípedos sem ferir os cascos.
É triste assistir o ódio entre as pessoas. E é perigoso a gente começar a odiar também. Quanto mais odiamos, mais longe ficamos da paz, da alegria da vida e, principalmente de Deus.
Nossa vocação é fazer o bem e desejar o bem para as outras pessoas.
A Palavra de Deus nos ensina a orar pelos outros, em favor de todas as pessoas. Está escrito na carta a Timóteo: “Peço que sejam feitas orações, súplicas e ações de graças a Deus por todos as pessoas. ” Isso mesmo, rogar a Deus o bem para os outros.
 O ódio, o mal, são frutos das nossas desgraças, loucuras e fraquezas. Não fomos criados para viver nessa tragédia da morte. Deus nos chama para a reconciliação, para o bem.
Orar pelos outros alimenta em nossos corações a força da vida. Cria na gente um espírito bom. Assim encontramos mais forças para nos afastarmos do mal e do pecado. Abrimos o nosso pensamento e certezas para a solidariedade e para a bondade, que são valores e dons de Cristo.
A oração pelos outros é fruto da fé em Deus e, ao mesmo tempo, é um testemunho e atitude que cria paz. Querer o bem para os outros nos liberta do egoísmo, dessa bobagem de só pensar em si mesmo e orar para si mesmo. A oração inclusiva, comunitária, feita com sinceridade e coração aberto, nos aproxima do evangelho e alegra a Deus. E ele ouve as nossas suplicas, pedidos e ação de graças, e com amor santifica a nossa vida.
Se alguém deseja o mal para você, ore por ele. Peça a Deus para cuidar dele e retirar do coração dele o ódio. Seja diferente, deseje o bem para o outro, torça por ele, roque a Deus por ele. É assim que plantamos em nosso coração a santificação, que nos leva para as obras da construção da paz.

Amigo e amiga, eu lhe desejo o bem. Que Deus cuide de você, que ele limpe o seu coração de todo ódio, lhe carregue, lhe santifique e lhe dê a paz. Amém.

Mensagens que engordam

Você e eu gostamos de ouvir aquilo que nos descansa, ou aquilo que faz graça, principalmente aquilo que não nos compromete e não nos ajuda em nada.
Ouvimos, pequenas mensagens, pequenos vídeos. Os nossos celulares estão cheios de mensagens. E gostamos daquelas que são doces e que nos alegram. Achamos graça até mesmo das mensagens racistas, discriminatórias, de mau gosto...Você e eu não nos damos conta que essas mensagens nos iludem e nos tiram da realidade, faz a gente pensar que tudo está bem, que sempre foi assim e que nada precisa mudar. Como se a nossa desgraça não tivesse donos. Quem faz as desgraças são os seres humanos... nós mesmos.Nosso dia a dia é duro, deparamos com os muros, com as decepções, frustrações. Nosso dia a dia é também amargo, complicado, exige escolhas. Vivemos em meio aos conflitos, contradições, coisas ruins...E, então precisamos ouvir também aquilo que é duro, que nos coloca com os pés no chão, que nos compromete, que nos faz resistir e dizer NÂO.Você lê e recebe mensagens que te ajuda nessa hora difícil? Eu recebo poucas...Mas, lembro a você que há muitas mensagens e mensageiros que nos ajudam a viver em meio ao sofrimento, na realidade dura e feroz. A palavra de Deus nos revela ao Deus salvador que está na cruz. Jesus Cristo não fugiu da cruz. Jesus não só foi a festa das bodas de Caná. Ele também foi crucificado e tomou vinagre para matar a sua sede nos três dias de padecimento.Precisamos ouvir a Palavra de Deus a partir da cruz, ali Deus nos encontrou na realidade da morte, da violência, dos conflitos e do sofrimento.Esta mensagem da cruz não gostamos de ouvir, porque ela mostra os nossos erros, diz não para quem aplaude os errados. Mas, é justamente essa Palavra, essa mensagem que precisamos ouvir para viver melhor.Não fuja da cruz. Está escrito em Lucas 9.23, onde Jesus diz: Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome cada dia a sua cruz, e siga-me. O melhor é encarar a realidade, em vez de viver dopado e empanturrado de ilusões. Precisamos das mensagens, mesmo duras, que nos ajudam a viver.

Gálatas 5.25-6.10 - Plantar e colher o bem

Gálatas 5.25-6.10 Conforme João 6.68, Pedro diz a Jesus que Ele tem a palavra da vida eterna. Não tem outro a ser seguido. Pedro pergunta a...