Certo de controvérsias, afirmo que a liturgia é um encanto. Ela dá
forma, organiza e movimenta a comunidade durante o culto na presença de Deus.
Facilita a comunidade a ouvir a voz de Deus, sua palavra, e a perceber a sua
presença curadora e transformadora.
A liturgia é um serviço, ordem e movimento, que leva indivíduos e comunidades
para perto de Deus. Organiza o culto de tal forma que cada participante perceba
e construa comunhão com quem está ao seu lado e com Deus, ali presente. Facilita
a percepção daquilo que não se pode ver e presenteia aos participantes a
comunhão.
A liturgia carrega tradições, conteúdos, identidade teológica e
eclesial. Também agrega experiências e percepções da vida e do quotidiano da
comunidade. A liturgia tem memória e, ao mesmo tempo exige a graça e as ações do
tempo presente, do momento. Por isso ela não é somente forma, mas também
movimento que conjuga necessidades, louvor, adoração, clamores e gratidão de
indivíduos e grupos comunitários na interação com o todo da comunidade, da sua
história e identidade.
A maioria das críticas à liturgia vem de pessoas que não conhecem o seu
encanto e o seu serviço, ou que rechaçam a dimensão comunitária do testemunho e
da vida de fé. Também há resistência à liturgia de lideranças, ministros e ministras
que tem preguiça, ou se auto elegem donos da história, dos conteúdos de fé, das
tradições, da comunidade e da igreja. E, portanto, impedem que a liturgia
organize, despersonalize e amplie o seu discurso, sua preparação, comunicação e
o conteúdo do seu exercício ministerial.
Estou convencido da importância e da beleza da liturgia. Estou certo de
que somos convidados a permitir que a liturgia nos conduza para perto do nosso
maravilhoso Deus que serve, cura, consola e salva.
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