30 de setembro de 2011

Violência, o que ouvir e o que falar?

A violência é uma ameaça real. Está intensamente disseminada em nosso meio. É raro encontrar alguém que nunca foi vítima de violência ou que não conheça alguém próximo que tenha sido. A violência agora é um fenômeno da terceira pessoa do plural. Quem é ela? De onde ela vem? Que poderes ela tem? Ela tem o poder de nos vender e de nos comprar, de invadir o nosso corpo e de nos matar. Adentra em nossas casas, em nossas escolas, em nossas ruas e em nossas vidas. Violência, o que ouvir e o que falar? “Eles querem te vender, eles querem te comprar. Querem te matar a sede, eles querem te sedar. Quem são eles? Quem eles pensam que são? Vender...comprar...vedar os olhos, Jogar a rede contra a parede. Querem te deixar com sede. Não querem nos deixar pensar. Quem são eles? Quem eles pensam que são?” (3ª Pessoa - Engenheiros do Hawaii) A violência é uma ameaça real. Está intensamente disseminada em nosso meio. É raro encontrar alguém que nunca foi vítima de violência ou que não conheça alguém próximo que tenha sido. A violência agora é um fenômeno da terceira pessoa do plural. Quem é ela? De onde ela vem? Que poderes ela tem? Ela tem o poder de nos vender e de nos comprar, de invadir o nosso corpo e de nos matar. Adentra em nossas casas, em nossas escolas, em nossas ruas e em nossas vidas. Conseqüentemente, um grande segmento da população, na falta de espiritualidade, vazio de valores e de objetivos para a vida, feridos usa a violência como meio de expressão, como um estilo de vida. Como resistir? O que fazer e como ajudar? O que ouvir e o que falar sobre a violência? As imagens e informações sobre a violência em nossas cidades se repetem diariamente. Na mídia a violência já atingiu o ápice da vulgarização, passando a sugerir a própria violência como solução para os conflitos. O poder e o impacto da violência e a forma como ela é apresentada para a população interfere diretamente no quotidiano das pessoas e comunidades, determinando comportamentos, questionando conceitos antes de consenso e, entre outros danos, gerando o medo obsessivo que legitima a fuga, a omissão e a indiferença. Estamos entre a guerra e a morte, entre a polícia e o bandido, entre a agressão e o medo. Convivemos com os abusos em vários níveis, com a injustiça institucionalizada, com as desigualdades cruéis e injustificadas. Trabalhamos e descansamos em meio aos poderes da morte. Aceitamos a violência contra as crianças, contra as mulheres, contra os jovens, contra os idosos, contra as instituições que salvam vidas, contra a natureza e o meio ambiente. Em meio aos medos e angústias, clamores e prantos, aprendemos a conviver com a violência como um fenômeno invencível. Desta forma, aos poucos tudo em volta vai se deteriorando, também os nossos valores, nossas verdades, nossas heranças culturais e espirituais. Perigosamente somos educados e nos educamos para conviver com a violência e suas conseqüências, incorporamos o medo, o sofrimento e a morte. A sensação de insegurança é plena. O medo é, na mesma proporção da violência, brutal. Amputa a vida comunitária, a construção de horizontes e de esperança. Impede o controle da própria vida. A violência e a forma como ela é divulgada, experimentada e assimilada cria e difunde o medo exacerbado, que toma proporção de doença mental, que vai de neurose e paranóia a síndrome do pânico, causando transtornos físicos (úlcera, taquicardia, hipertensão e tensão muscular). Atingidos pela violência, acometidos do medo somos chamados para ouvir e falar sobre a violência como pessoas que confiam no poder do Espírito Santo, aquele que sopra vida para além dos nossos limites, que tem o poder de criar a vida a partir da morte, de perdoar, sarar e reconciliar. O Espírito Santo proclama que a violência será vencida pelo caminho da reconciliação. Ouvimos da Palavra de Deus que a solução não é fugir e construir “ilhas”, não é imitar a maioria, distanciar-se do problema, fugir da realidade e da cruz, silenciar-se, ficar indiferente e fechar os vidros do carro, aumentar as grades e os muros, atualizar os alarmes e as armas. Como parte da comunidade cristã falamos que a cura e a reconciliação com a vida e com Deus não serão atingidas através da força e de leis mais rígidas e vingativas. A nossa espiritualidade que brota da Palavra e da ação de Deus, vivida em comunidade, alimentada pelo Espírito Santo subverte os poderes da violência. Com ela exercemos cidadania como agentes de paz e reconciliação. O que ouvir e o que falar em meio à violência e seus poderes? Não podemos mentir, muito menos imitar os que brincam, simplificam e usam a violência para lucrar, sedar e confundir. Não temos o poder de transformar o mundo, mas confiamos na graça de Deus, na sua presença salvadora e transformadora em nossa realidade de cruz, de violência. Cremos que esta presença de Deus entre nós, através do Cristo que venceu a morte e ressuscitou desperta esperança, vocaciona as Igrejas, as comunidades, as pessoas e as instituições para resistirem à violência, criando espaços para a paz, para a esperança, para a solidariedade, para a educação, para a dignidade, para o consolo e a fraternidade.
(Guilherme Lieven)

15 de setembro de 2011

Eu quero viver em paz

Deixo com vocês a paz. É a minha paz que eu lhes dou; não lhes dou a paz como o mundo a dá.
Não fiquem aflitos, nem tenham medo. (João 14.27)

A verdadeira Paz é um processo em ação. Paz não convive com a injustiça. 
Temos paz em nosso mundo?  O mundo contém a paz? Temos um mundo e o nosso “mundo”. O nosso “mundo” é sempre do tamanho do nosso umbigo, quando muito, do tamanho do nosso horizonte.  Avaliamos o mundo inteiro com os critérios do nosso pequenino mundo. Percebo que somos limitados na visão de mundo e no entendimento e controle do nosso próprio “mundo”, da nossa própria vida. Essa dificuldade, por exemplo, nos impede de perceber, de receber, o presente anunciado por Jesus Cristo: a paz.  Aquela que elimina aflição, a angústia e os medos, que cria coragem e liberdade.
Porém, cremos na vida e sonhamos com a paz, apesar dos nossos limites, da nossa fragilidade, da nossa condição efêmera.  Convivemos com a dinâmica de vida que pulsa entre os extremos, da morte para a vida.  No dia a dia absorvemos um diálogo controvertido e constante com a realidade do mundo, com a realidade da própria vida, sob os impulsos da resistência contra a morte, sob os estímulos da fé e da esperança, da fé na vida e da esperança na paz. 
Para simplificar nossa reflexão focamos a dicotomia, ou os extremos, entre a paz e a violência.
Paz e violência não são fenômenos naturais ou sobrenaturais. Paz e violência fazem parte das relações humanas e sociais. A violência, por exemplo, não é uma doença ou uma epidemia. Ela é real e é expressão da ação humana. Ela já está incorporada em nós de forma direta, estrutural e cultural. Verificamos que não basta somente resistir à violência, ou à cultura da violência, mas é preciso optar por uma cultura da paz. Trata-se de uma novidade de vida que pode calhar em nossa cabeça, em nossas relações pessoais e comunitárias, em nossas casas,  ruas, comunidades, cidades, em toda a nossa vida.

A verdadeira paz é um processo em ação, um grande movimento de mudança, de transformação, puxado pelas pessoas que são violentadas, ameaçadas, caladas e desclassificadas. A paz é uma grandeza a ser vivida que sobrevive a cultura da paz privatizada. Por exemplo, o jargão; deixe-me em paz... ou,  “Eu quero uma casa no campo, um quintal, um jardim... eu quero viver em paz” – significa eu quero viver isolado, indiferente, protegido de tudo e de todos.
Paz não convive com a injustiça, com a passividade e a indiferença. A paz leva a solução dos problemas, dos conflitos, conduz para a dignidade e a vida em plenitude. A paz desenvolve dentro da pessoa humana, na mente e no corpo, ancorada a um estilo de vida renovado. A paz não é apenas a ausência de conflitos, mas um processo humano que passa por um caminho de entendimento, de respeito, de diálogo, de superação, de espírito bom e de cooperação. O ser humano não nasceu com os valores e a noção da paz. A paz é uma construção individual e coletiva, fruto de um consenso construído no processo de relacionamento das pessoas, nos extremos entre a morte e a vida.
Relacionamos com pessoas que são a favor da cultura da paz. Mas, lhes falta uma interação com grupos e comunidades que caminham no caminho da paz. Conhecemos pessoas desligadas da realidade e indiferentes aos conflitos e à violência.  Também há pessoas entre nós que são a favor da pena de morte, a favor da violência pela violência, caminham tranquilamente pelo caminho do conflito e da guerra. No seu horizonte esse é o melhor caminho. Outras buscam abstrair-se da realidade através da música, da droga, do isolamento e da violência. E muitos, por graça, acreditam no presente de Cristo, na paz. Crêem na vida e vivem no caminho da paz.

Guilherme Lieven

8 de setembro de 2011

Liberdade Cristã

A Reforma do século XVI, liderada por Martim Lutero, foi um poderoso movimento de luta pela liberdade. Lutero promoveu um movimento de renovação da igreja cristã, que atingiu a vida de pessoas e de comunidades. Já em 1520 afirmou que "um cristão é senhor livre sobre todas as coisas e não está sujeito a ninguém - pela fé. O cristão é servidor de todas as coisas e submisso a todos - pelo amor." A fé e a graça de Deus libertam todos e todas da lei (para ser salvo deve fazer isso, deve fazer aquilo...), do pecado e da morte. Colocam todas as pessoas no mesmo nível; todos são dependentes da graça de Deus (Romanos 8). A Reforma influenciou e criou novas experiências com Deus; relativizou doutrinas e poderes eclesiásticos; e codificou teologias novas para legitimarem espiritualidades que religam a pessoa humana diretamente com Deus, tornando-a livre para participar da criação de nova vida.

Gálatas 5.25-6.10 - Plantar e colher o bem

Gálatas 5.25-6.10 Conforme João 6.68, Pedro diz a Jesus que Ele tem a palavra da vida eterna. Não tem outro a ser seguido. Pedro pergunta a...