15 de agosto de 2011

Coragem para quê?

Vi crianças, em torno de trinta e cinco, ganharem flautas. Após a cerimônia de doação umas arriscaram alguns sons, outras colocaram o instrumento de lado. Umas demonstraram coragem para aprender, e a esperança de um dia tocar fluentemente aquele instrumento. Outras não conseguiram entender completamente o presente.
Da Palavra de Deus recebemos coragem, paciência e esperança para participar do grande coral que entoa, com liberdade, a música da vida e participa da orquestra da missão de Deus. As dádivas de Deus, seu amor e sua graça, nos impulsionam e, pela fé, nos apaixonamos pela vida revelada em Jesus Cristo.

Tudo que está nas Escrituras foi escrito para nos ensinar, a fim de que tenhamos esperança por meio da paciência e da coragem que as escrituras dão. (Romanos 15.4)
Até aqui tudo bem. Concordamos com o apóstolo Paulo. Mas, está faltando algo.
Coragem pressupõe desafio, dificuldades, ameaças. Paciência, por sua vez, indica que acontecerão frustrações, vontade de desistir, dúvidas e controversas. E esperança é resultado da situação fragmentada, incompleta, ainda em processo, sinais são visíveis, mas o fim ainda não chegou.
Há um vazio, as controversas são muitas. Não são poucos os que abandonam seus instrumentos.

O que está faltando é a coragem de ver no outro uma possibilidade de comunhão, de acolher o outro como irmão. Sumiu a coragem e a paciência para dar nomes aos poderes da morte instalados em nós, em nossas CASAS, em nossa comunidade e na cidade. Concluiu-se que os poderes da morte institucionalizados são imutáveis. Assim desapareceu também a esperança. Esperar o quê se há consenso de que tudo pode permanecer como está, ou que não há nada por fazer - a orquestra silenciada não voltará a tocar.
Cristo Jesus nos deu a vida. Os vivos necessitam da Palavra de Deus para nela encontrar coragem, paciência e esperança. Afinal as nossas perdas e desafios são muitos. Estamos ameaçados pela escravidão, e pela idolatria da exclusão e da morte.
Guilherme Lieven

11 de agosto de 2011

A inversão das coisas

Eu aprendi há muito tempo que é fácil inverter as coisas. Por exemplo, odiar quem nos ama. Priorizar as demandas secundárias e empurrar para depois as principais necessidades. Transferir ao outro as próprias responsabilidades. Satisfazer-se hoje para se enlouquecer amanha. Viver movido pelo passado, como se o barro valesse mais do que o oleiro.

Esse perigoso comportamento e visão das coisas seduzem as pessoas humanas ao ponto de comprometer aquilo que lhe é mais sagrado. Remetendo essa questão à Bíblia constatamos que os profetas foram contundentes a respeito da inversão dos valores, também dos conteúdos sagrados. Isaías (29.13;16): “Esse povo ora a mim com a boca e me louva, mas o seu coração está longe de mim”; “Vocês invertem as coisas, como se o barro valesse mais do que o oleiro”. Denunciaram a inversão dos rituais e tradições, tais como, o jejum, os sacrifícios, o dia do descanso, a profecia, a fidelidade a Deus.
Continuamos expostos à inversão das coisas. Até parece que perdemos o “juízo”. Minha mãe sempre alertava: “Menino, você perdeu o juízo?” Fomos convencidos de que a nossa opinião é como barro. Pode ser manipulada pelo mercado, pelas propostas religiosas, pelas mensagens embrulhadas por referencias bíblicas. Também pelos interesses dos poderes constituídos.
Partilho aqui o convite para que recuperemos nossa atenção, nosso zelo pelo fundamento das coisas. Somos oleiros das nossas escolhas, do sentido da vida ou somente barro, massa de manobra, pote vazio que aceita guardar qualquer coisa?

“Esse povo ora a mim com a boca e me louva, mas o seu coração está longe de mim”; “Vocês invertem as coisas, como se o barro valesse mais do que o oleiro”. Isaías 29.13;16

Convido você para refletir. Encontre na coragem e na sabedoria dos profetas que denunciaram a inversão das coisas uma chave para ativar o discernimento e a atenção para os momentos de escolha, opções, adesões e de construção de valores fundamentais livres e sagrados.

Um exercício: O meio ambiente, a Criação de Deus, é barro ou oleiro?

2 de agosto de 2011

Rio Tietê, uma mensagem


A história do Rio Tietê (Em tupi guarani: caudal volumoso) é pouco conhecida e valorizada. Ele se destaca entre os rios de pior qualidade da água que atravessam as grandes cidades do Brasil. As pessoas que transitam próximo ao Tietê ignoram sua história, grandeza, recursos hídricos e a sua milagrosa beleza na nascente.
A situação do Rio Tietê, no entanto, inspira a confirmação da mensagem bíblica de salvação pela fé. Partilho a minha interpretação.
Nasce no município de Salesópolis, São Paulo, a 1.027 metros acima do nível do mar, onde emerge 3 metros cúbicos de água por hora. E dali percorre 1.136 km, corta todo o Estado de São Paulo e segue até a foz com o rio Paraná. Passa por 62 municípios. Um rio com curso contrário. Mesmo nascendo a 22 km do mar segue para o interior, para o oeste, invertendo a lógica de que todos os rios correm para o mar.
A nascente do Rio Tietê tem as características do milagre, beleza e perfeição da Criação de Deus. Podemos afirmar que as pessoas humanas também nascem tal como o Rio Tietê, com exuberância, beleza, potencial, missão, um curso a seguir.

Mas em seu percurso depara-se com a realidade do descaso, do desrespeito, do abuso, da instrumentalização vampira, da destruição e morte. A população das cidades, com sua ordem social, cultural, política e econômica descarta o rio e sua riqueza, missão e mensagem. Crucifica! Crucifica! O rio flui assassinado, morto, por uma expressiva extensão nas mediações da Região Metropolitana de São Paulo.
Essa etapa do curso do rio remete aos relatos da crucificação de Jesus, o Filho de Deus, o Cristo. Pode ser comparada com a situação e realidade humanas, marcadas pela violência, injustiça, desrespeito, desigualdades, guerras, destruição e morte. Destacamos também os aparelhos constitucionais ou não de usurpação, manipulação e exploração, forças que efetivam a morte.
Porém o rio do contrário resiste. Adiante em seu caminho encontra meios naturais de transformação. Alguns quilômetros depois da Região Metropolitana de São Paulo, quase que milagrosamente, vai se limpando. Volta a servir à natureza e aos humanos com seus recursos hídricos.  Uma verdadeira RESSURREIÇÃO.
Esse processo de renovação pode ser comparado com a proposta de salvação de Deus que incluir o renascimento, “a nova criatura”, o “simultaneamente livre e pecador”, o amor e o serviço ao outro, a liberdade e perdão pela fé, e finalmente a ressurreição, a nova vida em plenitude.
A sina do Rio Tietê tem muitas mensagens, uma delas é a confirmação que muitas grandezas da Criação de Deus comunicam a salvação, a graça e o poder de Deus, e os aspectos do seu Reino.

Gálatas 5.25-6.10 - Plantar e colher o bem

Gálatas 5.25-6.10 Conforme João 6.68, Pedro diz a Jesus que Ele tem a palavra da vida eterna. Não tem outro a ser seguido. Pedro pergunta a...