27 de junho de 2018

Comunidades, um livro de cantos


A nossa Igreja, a IECLB, em 2018 definiu o tema: Igreja, Economia e Política. A escolha foi motivada pela comemoração dos 500 anos da Reforma, que apontou novamente para a importância dos conteúdos de fé da tradição evangélico-luterana. Estas três palavras definem as três dimensões fundamentais da existência humana. Para Martim Lutero, por exemplo, a igreja vem em primeiro lugar na organização humana. Refletimos, nesse texto, sobre a igreja, a sua vocação, tarefa e carisma. 
Somos uma igreja de comunidades, onde a Palavra de Deus é anunciada, praticada e vivenciada. As comunidades cristãs surgiram da Palavra de Deus, da proclamação do evangelho, da administração dos sacramentos, do ensino, do testemunho e da vivência da fé.
A Confissão de Augsburgo, que observamos como documento confessional ensina que a igreja cristã é a congregação de todos os crentes e santos (art.8), chamada para construir a unidade. Como diz o apóstolo Paulo: “Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé, um só batismo” (Ef 4). A comunidade é o corpo visível e invisível de Jesus Cristo. Na primeira carta aos Coríntios (12) lemos que nesse corpo todos são importantes. Mesmo diferentes, fortes ou fracos, em movimento mostram os sinais da presença de Cristo nos contextos e no mundo.
A igreja de comunidades, que somos hoje, herdou as comunidades que se formaram no Brasil desde o século 19 com a imigração. Primeiro surgiram as comunidades, escolas e cemitérios; depois vieram os pastores e missionários. E mais tarde, com muitos esforços organizaram as comunidades em Sínodos. Nesse processo e caminhada com muita poeira, surge a IECLB do desafio de constituir uma igreja evangélica de confissão luterana em nível de Brasil.
A constituição da IECLB definiu que somos uma igreja de Jesus Cristo no País, formada por Comunidades e pelos membros a elas filiados. Conforme esse documento, ela tem a tarefa de propagar o Evangelho de Jesus Cristo; estimular a vivência evangélica pessoal, familiar e comunitária; promover a paz, a justiça e o amor na sociedade; participar do testemunho do Evangelho no País e no mundo. Estas proposições estão fundamentadas na Palavra que comunica a vontade de Deus, qual seja, que todos os seres humanos sejam salvos (1Tm 2.4) e conheçam a verdade e vivam com dignidade.
As comunidades cristãs, organizadas em igreja, pela graça e ação do Espírito Santo, recebem a vocação de apresentar Deus ao mundo e às pessoas. Anunciar a sua vontade, o seu amor. E Deus mesmo afirmou: Eu sou o SENHOR, teu Deus (Ex.20.2ª)! O Deus que tirou o povo da escravidão no Egito. Aquele que doou a vida ao ser humano e o tornou livre para amar e anunciar a paz, a justiça, a vida no mundo.
A igreja de comunidades, com esse talento de Deus em suas mãos organiza, apoia, assessora, cultiva a unidade. Movimenta o testemunho e as ações do único Deus salvador. Proclama o verdadeiro Deus que veio ao mundo em Jesus Cristo e trouxe a reconciliação, o amor sem fim, os sinais da plenitude que virá, tornando a Criação e os seres humanos herdeiros da eternidade, livres do pecado e da morte.
A igreja das comunidades cristãs aceita a voz e o chamado de Deus para louvar, partilhar, semear o amor, a justiça, a paz e participar dos sinais da presença do Cristo de Deus no mundo. Celebra a vida. Assume o compromisso de criar espaços novos para a vivência da fé que denuncia os poderes da morte (Mt 10.28) e estabelece sinais de liberdade, diálogo, solidariedade, partilha, consolo, cuidado e de paz.
Podemos comparar a igreja com um livro de cantos permanentemente aberto. As comunidades são os hinos. Cada hino tem a sua partitura, pauta, compasso, melodia, ritmo, identidade, conteúdo e poesia. Assim como cada comunidade tem a sua forma, seu ritmo de vivência de fé, seu contexto, história, tradições, desafios, talentos e vocação. O livro de cantos é o ajuntamento de todos esses hinos. O livro organiza e apresenta os hinos. Facilita o manuseio. Explica as diversas partes e motiva as cantoras e cantores a cantar com ritmo, devoção e alegria. A igreja, por sua vez, também apresenta a Palavra de Deus e organiza a sua proclamação. Chama para a gratidão e ao louvor. Movimenta as comunidades para servir e testemunhar em unidade nos diferentes contextos, em meio a diversidade, diante de múltiplos desafios, e as aprontam para viver em comunhão com Deus e anunciar a boa notícia da salvação.
O livro de cantos da nossa igreja é pesado. Se cair no pé machuca. Também a igreja pode ser avaliada como pesada.  Porém a tarefa da igreja não é só bonita e confortável. No movimento do corpo de Cristo visível inclui a perseguição e a cruz. A tarefa é leve como ensinou Jesus (Mt 11.30), mas também pode ser pesada. Exige planejamento (Lc 14.28) e fidelidade (Lc 9.62). Por isso a igreja ao cumprir a sua tarefa gera muitas reuniões, encontros de formação, reunião de conselhos, assembleias, concilio, sustentação de centros de formação teológica. A organização e os compromissos da igreja demandam secretarias e departamentos. Há uma tarefa a ser cumprida. A igreja é de Deus, por ele entregue aos seus filhos e filhas pecadoras e limitadas, que sob a sua graça e sua justificação abriga a sua presença e suas ações transformadoras.
A igreja reúne as comunidades cheias de crianças, adolescentes, jovens, adultos, idosos, indivíduos e famílias. São pequenos e fortes, alegres e tristes, também cansados, doentes e angustiados. Com elas a igreja se coloca em movimento. Alimenta o diálogo dos seres humanos com Deus e a sua Palavra.  Com fé, esperança, com a palavra que liberta e salva, sob a graça e a santificação celebra as dádivas e ações maravilhosas de Deus, na realidade violenta, manchada pela morte.
Esta é a igreja que chegou ao mundo a partir da ação criadora, salvadora e santificadora de Deus. Tornou-se a dimensão fundamental da existência humana, que corajosamente interage com a economia e a política, dimensões fundamentais da existência humano no mundo.

Sou forte na fraqueza


O Apóstolo Paulo escreveu à Comunidade cristã de Corinto que: “quando sou fraco, então, é que sou forte". O Apóstolo Paulo pregava que a graça de Deus era suficiente. Porque encontramos na fraqueza o poder de Deus.
Você e eu sabemos que Deus mostra o seu amor e a sua salvação nas coisas que achamos ser loucura. Por exemplo a salvação ao mundo veio através do Cristo crucificado. Na cruz Deus revelou o seu poder. É o mesmo que dizer que o poder de Deus se mostrou na morte. Jesus Cristo venceu a morte e mostrou o poder de Deus.
Para nós, pessoas de fé, que acreditam na paz, no amor e na vida essa verdade de Deus é um presente. Aprendemos de Deus que é justamente na nossa fraqueza que o seu poder se faz presente. Em nossa fraqueza se manifesta a sua graça. Essa é uma verdade louca para a nossa cabeça humana. Mas, pela fé, é a nossa salvação.
Quando somos fortes nós negamos a Deus. Queremos salvar a nós mesmos, queremos matar, vingar, destruir, condenar. Quando somos fortes somos pessoas perigosas que negam o amor, o poder e a salvação de Deus.
Em nossa fraqueza, quando achamos que tudo está perdido, que não somos nada e não valemos nada, Deus estende a sua mão e nos levanta, nos limpa da maldade, e nos coloca no caminho para a paz e para a vida. O Espírito santo derrama em nossos corações a gratidão e passamos a ser pessoas generosas, que partilham e tem esperança.
Não podemos ter medo das nossas fraquezas. Creiamos na graça de Deus, no seu amor. E no seu poder de estender a sua mão para nós justamente quando estamos fracos. Que a graça de Deus nos envolva.

Somos filhas e filhos de Deus


Em muitos momentos da nossa vida caímos na tentação de achar que não somos nada, ou que não valemos nada. Pensamos que não temos talento, nem dons, que somos vazios e não temos sentido, que a nossa vida não tem valor.
Nessa situação sofremos. Por exemplo, crianças que na escola sofrem bulling, que são perseguidas com piadas, preconceitos e humilhações sofrem, se entristecem.
Jovens que não se sentem amados, que não percebem atenção e cuidados das pessoas que convivem com eles buscam o isolamento, se entristecem, falam pouco, evitam amigos e vivem uma crise perigosa de existência, não vê sentido em nada.
Isso também acontece com as pessoas que passam por uma perda muito grande, luto, violência, falta de emprego, solidão abandono.
A Palavra de Deus, no entanto, nos diz que todas as pessoas batizadas são filhas de Deus. E todas as pessoas são criaturas de Deus. Para Deus todos são seus filhos, cada um é importante, Deus está pronto para estender a mão a todas as pessoas.
Então, Deus não quer que nos diminuímos ao nada. Deus não quer que nos isolamos, Deus não quer que acreditemos na pessoas que nos ridicularizam, ou que nos causam danos.
Com Deus podemos ser fortes e descobrir a beleza da nossa vida. Deus abre os nossos olhos para aceitarmos os dons que temos, as possibilidades que se apresentam, o recomeço, a alegria de viver.
O Profeta Jeremias orou a Deus e pediu: Não nos abandones, ó Deus. Nós somos o seu povo, venha para o meio de nós.
O Apóstolo Paulo ensinou para os cristãos do seu tempo: todos vocês são filhos de Deus. Pela fé todos nós somos filhos de Deus.
Não podemos duvidar da importância da nossa vida e do valor da vida do outro. Lembremos sempre que Cristo nos tornou filhos e filhas de Deus.
Nossa vocação é viver e não morrer. Que Deus afaste de nós a tentação de duvidar da vida, da nossa vida, da beleza da vida. Que a Paz de Jesus Cristo seja com nós.

As Asas de Deus - Programa de Radio



Olá Ouvinte, aqui onde moro tem quero-quero. É interessante observá-los protegendo o ninho e os filhotes. Eles usam as suas asas para atacar os predadores. Dão voos rasantes ameaçando aqueles que passam por perto do ninho. Usam as asas para proteger os seus filhotes.
Ao ler o Salmo 91. O versículo 4 lembrei-me dos quero-queros. O poeta escreveu assim: Deus o cobrirá com as suas asas, e debaixo delas vocês estará seguro.
O poeta imaginou Deus com enormes asas com o poder de proteger, abrigar. Somos convidados pelo poeta do Salmo 91 para deixar Deus nos cobrir com as suas asas e nos proteger do mal.
Comparação semelhante também Jesus fez, e está escrito no evangelho de Mateus. Ele disse ao povo de Jerusalém: Quanta vezes eu quis reunir vocês, como a galinha ajunta os seus pintinhos debaixo de suas asas...
Precisamos saber ou lembrar que Deus quer nos proteger. Nem sempre conseguimos nos proteger sozinhos. Precisamos das asas de Deus para nos cobrir e abrigar. Com Deus podemos jogar os nossos medos no lixo. Medo, angústia, preocupação nos fazem muito mal. As asas de Deus, o abrigo de Deus, nos liberta do mal, nos faz livres e ganhamos qualidade de vida. Com Deus podemos caminhar com os pés firmes no chão da nossa realidade, mesmo quando tudo vai muito mal.
Em nosso tempo precisamos das asas de Deus. Com medo e angustiados, sem esperança e expostos ao mal, somos tentados a pensar que a saída, a proteção está na violência, na vingança, na disputa de poder, no dente por dente, olho por olho... e a Palavra de Deus nos ensina que Jesus, o nosso salvador passa bem longe de tudo isso.

Gálatas 5.25-6.10 - Plantar e colher o bem

Gálatas 5.25-6.10 Conforme João 6.68, Pedro diz a Jesus que Ele tem a palavra da vida eterna. Não tem outro a ser seguido. Pedro pergunta a...