30 de agosto de 2013

Graça, comida libertadora.

Ó Senhor, Deus Todo-Poderoso, eu sou teu, e por isso as tuas palavras encheram o meu coração de alegria e de felicidade.” Jeremias 15.16

Esta palavra do profeta Jeremias nos remete a uma situação existencial, vivida por muitos. O vazio que se instala na pessoa humana, quando não conhece a graça de Deus. A insatisfação, a sensação de que está faltando alguma coisa são sintomas de um vazio existencial. Tal como um vazio interior capaz de levar ao desespero.
As ações de Deus em favor do profeta, também as promessas de garantir a ele sentido ao seu sofrimento, devido suas denúncias e a revolta dos denunciados, chegaram para o profeta como um dádiva. Livraram-no da angústia, das incertezas e do medo de que a sua causa era em vão. Encheram o seu coração de alegria e de felicidade.
Aprendemos dessa situação do profeta que a sintonia, a comunhão com Deus e a fé nas suas dádivas nos protege do vazio. Fortalece-nos nos momentos de crise e nos livra da prisão criada por nós mesmos, por nossos limites.
A graça de Deus preenche vazios. É uma comida poderosa. Ela preenche o vazio de sentido das pessoas que crêem. Ajuda a conhecer melhor a si mesmas. Influencia suas escolhas. Permite a liberdade, os sonhos, a esperança, os horizontes. A pessoa saciada tem alegria de viver. Ela confia e espera. Sabe-se nas mãos de Deus. Abraça as suas promessas e se coloca a caminho no dia-a-dia, sem desespero. Equilibrada, cuidada, amparada, participa na missão de viver a serviço da paz, da dignidade. Esquece-se da loucura, da doença, da procura por inimigos e deixa de esperar tudo de si mesma.
Despidos das dádivas e da ação salvadora de Deus corremos perigo. Vazios, passamos a imitar aos outros, a desejar o que os outros desejam. As metas, objetivos, valores, conceitos adquirimos de outros ou dos consensos da sociedade injusta e violenta. Nossos sonhos e projetos de vidas passam a ser corrompidos e tornam-se ilusões. Passamos a conhecer a apatia, a indiferença e a resignação. O vazio se instala em nós.


A graça de Deus é uma comida libertadora.

12 de agosto de 2013

Juventude e a esperança


A juventude e a esperança


A juventude precisa de nossa ajuda, de estímulo para encontrar e desenvolver a sua maior vocação, a esperança.
A vocação da juventude é a esperança, a construção da esperança. Através do comportamento, das opções, dos ideais, das aptidões e criatividade a juventude vive e anuncia esperanças. Tem o dom de desenhar traços que revelam realidades novas.
A história nos conta que muitas lideranças transformadoras, que promoveram mudanças sociais, culturais e políticas tinham menos de 30 anos de idade. A juventude sempre teve a facilidade para articular poderes, gestos e ações que transformam sonhos em realidade.
Mas, esta juventude querida de Deus e a sua vocação estão ameaçadas. A cultura de “valores” propagados atualmente como bons, corretos, legais, bonitos, etc, está contaminada pelos interesses do poderes econômico e das manifestações humanas que confunde e escravizam os ideais e a criatividade da juventude.
Esta cultura de “valores” reduz a vida à dimensão biológica, ensinando que a ser transformada e superada foi sempre assim, que a vida é cíclica, anulando os valores acumulados pela história e das identidades culturais e religiosa.
Esta contra cultura desperta o fatalismo, induz ao comodismo e a indiferença diante dos desafios do presente e do futuro. Promove na juventude um desejo e ansiedade de fazer da vida um mero entretenimento, um espetáculo. Perigosamente as estruturas afetivas e formadoras de valores são desvirtuados. A violência tragicamente é assimilada como divertimento e jogo. A beleza, a alegria e o amor são associados às imagens sensacionalistas, ao mundo virtual e também à pornografia. Desprepara a juventude para participar do quotidiano com a sua vocação maior, com a esperança e as suas desafiantes conseqüências.
Acredito que a resistência diante destas ameaças passa pela opção por uma vida comunitária, marcada pelas propostas e experiências da solidariedade, pela leitura crítica da realidade, pelo caminho que inclui o exercício da cidadania participativa e criativa, pela prática de uma espiritualidade baseada na liberdade e no amor proclamados no Evangelho de Jesus Cristo, na reconciliação de Deus.
A juventude precisa de nossa ajuda, de estímulo para encontrar e desenvolver a sua maior vocação, a esperança.
P. Guilherme Lieven

Gálatas 5.25-6.10 - Plantar e colher o bem

Gálatas 5.25-6.10 Conforme João 6.68, Pedro diz a Jesus que Ele tem a palavra da vida eterna. Não tem outro a ser seguido. Pedro pergunta a...