27 de dezembro de 2012

Abençoado Novo Tempo! Feliz Ano Novo!


Em 02 de dezembro iniciou o Novo Ano da Igreja, com o Primeiro Domingo de Advento. Neste início, nas comunidades da nossa IECLB, também foi lançado o Tema do ano 2013: “Eu Vivo Comunidade”! Esse Rito de passagem da Igreja, celebrado pelas comunidades de diversas denominações cristãs está fundamentado em profundos conteúdos teológicos, testemunhos, e na preparação para a celebração do Natal. As tradições e a criatividade cercam as mensagens de fé com símbolos, cores, gestos e grande mobilização e envolvimento de pessoas, famílias e comunidades.  Nesses dias e semanas milhares de pessoas são desafiadas, ajudadas, tocadas e transformadas pela ação maravilhosa de Deus, que nesse tempo se movimenta de forma incondicional com pessoas, entre pessoas e apesar das pessoas.  Quase invisível o amor de Deus transita e sobrevive, sem contaminação, em meio ao fenômeno humano e econômico de consumo e festas - antagônico a ação de amor de Deus - que se estabelece nas relações humanas hedonistas, apoiadas na sedução, quase sempre mediadas pelas mesmas cores e luzes inauguradas nos rituais das comunidades cristãs.
Passado o Natal entra em cena, torna-se pauta de agendas, notícias e movimentação de milhões de pessoas a “virada para o novo ano”, que chega acompanhada com sua história e tradições, e transfigurada em comportamentos especiais, atitudes, desejos e visões. Os rituais da “Virada” tem força e legitimidade política, social e, especialmente religiosa.
Mesmo fracas resistem ao tempo as celebrações do dia de São Silvestre que encerra o ano civil. Por muito tempo a lembrança do Papa Silvestre, que faleceu e foi canonizado em 31 de dezembro de 355, após governar a Igreja Cristã de Roma desde o ano 314, serviu de motivação para animar as pessoas a esperarem com confiança e alegria um ano novo melhor, mais próspero.  Mesmo confundido com a corrida de rua mais famosa do País, São Silvestre é lembrado como aquele santo que fez parte, junto com o Imperador romano Constantino Magno, de decisões que inauguraram novo tempo, nova era, através do Edito de Milão que transformou o cristianismo em religião oficial do Império, e do Concílio Ecumênico de Niceia em 325, onde se tornou consenso a divindade de Cristo. As celebrações de São Silvestre aproximaram os cristãos da esperança e da renovação, da visão peregrina de Novo Céu e Nova Terra.

 Com as informações e reflexões acima convido você, leitor, a celebrar a “Virado do Ano”  com uma visão crítica em relação  a exageros e, portanto, com mais simplicidade. Porém, é certo que precisamos de muita fé. Podemos nos inspirar na Palavra do Salmo 16.11: “Tu me farás ver os caminhos da vida; na tua presença há plenitude de alegria, na tua destra, delícias perpetuamente”.
Que o amor e a graça de Deus nos permitam passar para o novo ano com esperança e confiança, sem medo do novo, ao saber-nos conduzidos e na presença de Deus.

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Aproveito para partilhar com você que eu nunca fui convencido pelos rituais da “Virada para o Ano Novo”.  Minha tímida indiferença Leva em consideração a história dos povos antigos, tais como os egípcios, os habitantes da Babilônia, depois os gregos,  e os de hoje, chineses, judeus e muçulmanos que marcam a passagem de épocas de forma diferente, baseados em outros referenciais. Nós herdamos o calendário solar criado por Julio César (46 d.C), corrigido pelo Papa Gregório XIII em 1582. Sua correção aboliu 10 dias do calendário anterior, retificou os anos bissextos, trazendo a data do início de ano de março para 1º de janeiro e antecipando o Natal de 6 de janeiro para 25 de dezembro. A polêmica criada por esse novo calendário se estendeu até o século XVIII.  Esse é o calendário oficial adotado no mundo ocidental. Mas, existem outros!


15 de dezembro de 2012

O amor de Deus nos libertou



Deus cancelou o escrito de dívida, o qual era prejudicial, removeu-o inteiramente. Colossenses 2.14


Para os endividados com Deus essa notícia soou como uma agradável canção. Tornou-se motivo de festa. Eles ouviram e compreenderam que Deus, por amor e doação, anulou todas as dívidas e inaugurou uma nova oportunidade de vida, livre da culpa e dos pecados.
Naquele tempo muitos mensageiros proclamavam que a comunhão com Deus e a santificação somente eram possíveis para poucos. Propagavam uma lista enorme de leis que denunciavam as dívidas e os pecados. Assim inviabilizavam para muitos a liberdade e a comunhão com o Deus da misericórdia, da paz e da justiça. Naquele contexto, motivada por esta Palavra da carta aos Colossenses, a comunidade cristã passou a anunciar e a viver o evangelho, a notícia do perdão das dívidas com Deus, a notícia do inesgotável amor de Deus, revelado em Jesus Cristo.
Com tristeza reconhecemos que também hoje transitam entre nós os mensageiros do terror. Ameaçam crianças, jovens e adultos com a dívida do pecado, com juízos e a morte, com as chantagens da culpa que cria o medo e a angústia. Ensinam o ritual do mercado, do esforço humano como mediador da liberdade, escondem o Cristo da cruz e da ressurreição, a vitória do Deus amor.
Motivados por essa palavra de Colossenses somos fortalecidos na missão de anunciar a notícia do perdão de Deus, que em Cristo primeiro doou a nova vida e depois se colocou ao lado daqueles e daquelas que, com alegria, dançam a música da gratidão e aceitam o seu chamado para a reconciliação e para a missão.
Damos graças a Deus por ter vencido os poderes da morte e a própria morte. Ele nos oferta perdão, nova vida.
(Guilherme Lieven)

Arrependimento é um milagre


“Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos céus.”
Esta palavra bíblica vem do discurso de João Batista, que anuncia a chegada de um novo tempo, do reino dos céus, da presença de Deus no mundo. Pelo ritual do arrependimento propõe a preparação para viver essa novidade, um recomeço de vida em comunhão com Deus.
Os relatos bíblicos indicam que a chegada da nova aliança de Deus ao mundo, realizada em Jesus Cristo, gerou as primeiras comunidades cristãs que, com o tempo, agregaram a sua vivência de fé rituais de recomeço, por exemplo, o batismo, a confissão de pecados acompanhada do anúncio da graça, imposição de mãos, e outros gestos mais tarde incorporados ao calendário das Igrejas cristãs.
 A proposta bíblica de arrependimento e recomeço é como um milagre. Afinal escapa ao controle da razão e remete a uma ação de fé, que se concretiza na realidade existencial da pessoa humana.  Tem a força de um processo que leva ao rompimento e, consequente, adoção de uma novidade, novidade de vida.
O recomeço proposto por João Batista não é um truque, ou um ritual sem sentido.  Não tem semelhança com a repetição da segunda-feira, do dia 1º do mês e de cada novo ano,  criando a impressão de que a vida é cíclica, que recomeça sem a opção e o envolvimento da pessoa humana. O arrependimento conjugado com o recomeço acontece quando a pessoa humana interage com Deus pela fé, e busca, ou aceita, a novidade de vida, o nascer de novo, dádivas do reino dos céus, da ação salvífica de Jesus. Não podemos confundir o recomeço antecipado pelo o arrependimento, com uma visão cíclica dos fatos e dos tempos, equiparada a uma retomada do passado, ou a um retorno.
 A Igreja e suas comunidades propõem, através do seu calendário eclesiástico, envolver cada pessoa no movimento arrependimento e recomeço. Oferece celebrações e rituais que acompanham um processo cotidiano de renascimento, o encerramento de uma etapa e o reinício de outra. No mês de novembro, por exemplo, confronta as pessoas com a escatologia, com o final dessa história e com  a esperança na plenitude do reino que nasceu no mundo em Jesus cristo. E, em dezembro, apresenta a proposta de preparação para o novo, qual seja festejar a chegada de Deus ao mundo, o natal. Para tanto designa os quatro domingos antes do Natal, denominados de Advento, como tempo de preparação, também de arrependimento, para viver um novo recomeço com o Deus que nasceu no mundo.
No natal as pessoas humanas são confrontadas e agraciadas com uma grande mudança, a fantástica revelação de Deus. E elas podem, pela fé, interagir com ela. Deus descobre o jeito definitivo e universal de tocar o mundo e as pessoas, através de um menino humilde e da mensagem do amor incondicional. Deus nasce e o mundo inteiro começa de novo.
Esse é o milagre. Perceber a chegada do reino dos céus no mundo e arrepender-se de todos os projetos e ações que matam. Comprometer-se com o natal da vida, que inclui a renovação, a limpeza, a regeneração – o recomeço.  
Esse fenômeno, de forma similar, faz parte do dia-a-dia de milhares de pessoas, que experimentam os pequenos milagres do recomeço: novo emprego, saída de longos dias no hospital, retorno à realidade após a prisão, divórcio, novo endereço, nascimento de uma neta, ou neto, perda de um ente querido, rompimentos, retorno das férias e tantos outros.
Com essa reflexão dou testemunho da necessidade e da eficácia do arrependimento que leva ao recomeço. É certo que podemos encontrar nesse processo a superação de conflitos, perdas, dores e sofrimentos, participar da construção de espaços onde habitam a justiça, a paz, o amor, a solidariedade, sinais do reino dos céus que estão presentes. E revelam a comunhão com o Deus da graça que, invariavelmente, conduz à liberdade e preparara as pessoas para agirem com criatividade no movimento sagrado que recria a vida e a paz.
O chamado e anúncio de João é como fonte de água viva, que refresca, acalma e anima. Tal como cama, depois de um dia e uma noite sem parar.
Guilherme Lieven

Gálatas 5.25-6.10 - Plantar e colher o bem

Gálatas 5.25-6.10 Conforme João 6.68, Pedro diz a Jesus que Ele tem a palavra da vida eterna. Não tem outro a ser seguido. Pedro pergunta a...