29 de julho de 2011

Salvem as Águas

 
Salvem as Águas - Clipe com imagens tomadas na região de Itacaré - Ba


Salvem as águas, e salvem vidas
Águas benditas, não podem faltar.
Não as poluam, não joguem lixo
Não desperdicem, não deixem faltar.

Salvem os mares. Salvem os rios. Salvem os lagos.
E nossos mangues vamos preservar.

As cachoeiras, os pantanais, mares e rios são essenciais.
Cachoeira do Tijuipe - Itacaré - Ba
Águas sagradas, águas de Deus.
Águas benditas permitem viver.

Salvem as águas. E salvem vidas. Mares e rios, lagos e mangues
Não podem morrer

Salvem os Mares. Salvem os rios. Salvem os lagos.
E nossos mangues precisam viver.

 (Guilherme Lieven)

6 de julho de 2011

Perdas

Perder tempo. Perder o emprego e o dinheiro. Perder amigas e amigos. Perder a paciência e a ternura. Perder a vez, a voz. Perder o lugar e o rumo. Perder a hora. Perder o sentido e a memória. Perder a dignidade e a confiança. Perder a esperança. Perder os filhos e a família. Perder o pai e a mãe. Perder a segurança. Perder a liberdade, a paz e a fé.
Já nos acostumamos a tal ponto com as perdas que não nos damos conta daquilo que nos faz falta. Aprendemos a viver mal, viver menos, viver pouco. Com facilidade nos adaptamos aos limites que nos são impostos e aprendemos a conviver com as perdas do dia-a-dia, como se não houvesse alternativa, ou como afirmou o poeta, como se não houvesse amanhã. Aceitamos a destruição dos recursos vitais.
Convivemos com os abusos em vários níveis, com a injustiça, com as desigualdades, com os poderes da morte. Aceitamos que minorias sejam exploradas e que milhares de crianças no mundo sejam violentadas. Aprendemos a conviver com a violência, as injustiças, com a insegurança. Até a morte já não nos assusta mais. Tudo vai se deteriorando aos poucos, também os nossos valores, nossas verdades, nossas heranças culturais e espirituais. Tem sempre alguém, travestido de sabedoria pós-moderna que ridiculariza e cospe em tudo que para nós foi sempre valoroso e belo. Perigosamente somos educados e nos educamos para o sofrimento, não reclamando mais das perdas.
Atualmente perdemos sempre e mais. Entre tantas perdas, perdemos os critérios que nos ajudariam a identificar os verdadeiros sinais de vida, que também fazem parte do nosso quotidiano. Já não nos damos conta daquilo que é belo e sagrado, daquilo que é eterno, do amor de Deus, derramado de forma incondicional em nosso meio e em nossas vidas. É preciso admitir: estamos perdendo aquilo que nos é mais precioso, a coragem de viver com dignidade e liberdade, a coragem de começar de novo, a coragem de crer e amar.
Não perca esta tarde, esta noite e o amanhã!

5 de julho de 2011

Descanso e Comunhão

Estou certo de que o descanso, a comunhão e o aprendizado não combinam com trabalho, obrigações, regras, controles, exclusão e anulação das emoções, da subjetividade e do espírito das pessoas – dons, identidade, cultura, história, sonhos e experiências de vida. Ao ler sobre o convite de Jesus para descansar, ter comunhão com ele e aprender dele (Mateus 11. 28-30) lembrei-me da Rua 7 de abril do centro de São Paulo, paralela à rua da sede do Sínodo. Durante o dia, a rua e as calçadas estão sempre cheias de pessoas, quase todas paradas ou sentadas, isoladas ou conversando em pequenos grupos. Naquela rua estão situados grandes conjuntos de escritórios de prestadoras de serviços, o maior deles é de uma empresa de telemarketing. Os funcionários dessas empresas, nos momentos de intervalo fogem do seu espaço de trabalho, geralmente pequeno, controlado e individualizado, e vão para a rua, onde encontram um ambiente público que, mesmo precário, oferece oportunidades com traços de liberdade, alternativas ao do ambiente de trabalho.
Estou certo de que o descanso, a comunhão e o aprendizado não combinam com trabalho, obrigações, regras, controles, exclusão e anulação das emoções, da subjetividade e do espírito das pessoas – dons, identidade, cultura, história, sonhos e experiências de vida. Certamente por isso associei o apertado espaço da rua 7 de abril, ocupado por uma multidão sedenta de liberdade, de leveza, de um “novo ar”, de amizade e de comunhão com o convite de Jesus. “Venham a mim, todos vocês que estão cansados de carregar as suas pesadas cargas, e eu lhes darei descanso. Sejam meus seguidores e aprendam comigo porque sou bondoso e tenho um coração humilde; e vocês encontrarão descanso. Os deveres que eu exijo de vocês são fáceis, e a carga que ponho sobre vocês é leve.”

O convite de Jesus indica um deslocamento de um espaço carregado, pesado, estonteante, para um outro lugar, onde são possíveis a tranqüilidade, a partilha, a solidariedade, o consolo, a cura, o aprendizado e os compromissos com a vida. Sabemos que nem tudo pode ser deslocado ou separado, também os nossos valores e a nossa espiritualidade não podem ser separados dos ambientes e espaços de trabalho, de tristeza, de doença, de perda e de morte. Mas, espaços alternativos e definidos podem ser criados para facilitar e fortalecer a nossa liberdade, a nossa paz, a nossa esperança e nossa participação no Reino de Deus, na missão de Deus. Às vezes não há alternativa, mas o bom é tomar banho no banheiro e cozinhar na cozinha.
Proponho avaliar os nossos espaços e aspectos do quotidiano da nossa vida. Em nossas comunidades são oferecidos espaços para abrigarem o convite de Jesus? E em nossas casas e apartamentos, ainda permitimos neles um pedacinho da rua 7 de abril? Arrisco mencionar que em algumas residências tudo é tão certinho, organizado e controlado que não há espaço para descanso, comunhão e aprendizado. Geralmente os seus moradores estão sempre em busca de alternativas. Em outras casas tudo está tão apertado, improvisado, congestionado e perigoso, tal como a Avenida Brasil, que também não conseguem abrigar o sublime convite de Jesus. E não podemos esquecer daqueles e daquelas que não tem casas e nem abrigos, que estão sempre em movimento pelos corredores e elevadores, longe do trabalho e da rua 7 de abril.

As estações, a primavera

As Estações, a Primavera
É primavera no hemisfério norte. Para nós ela chegará somente após o inverno. Mesmo que em nosso hemisfério as diferenças entre as estações não são tão nítidas é possível perceber quando uma nova estação chega. Não é primavera. O perfume ainda não mudou. Poucas flores estão por aí. Em muitas circunstâncias e situações e em todas as estações a vida mostra a sua força, ela prossegue. Mas na Primaverá é fácil aguçar a sensibilidade e perceber que a vida está renascendo, está manifestando o seu lado belo e sedutor com suavidade, fragrâncias e cores.
Aprendemos aos poucos a linguagem da natureza. Deixamos de destacar somente a sua fúria, aquela que se manifesta através dos furacões, dos terremotos, das secas e das enchentes, e passamos a olhar com carinho a sua beleza, a sua força vital e os seus fenômenos que, antes, gestam a vida. Compreendemos que a natureza e os seres humanos se interagem, são dependentes um do outro, que a vida e a manutenção dos recursos naturais dependem da qualidade desta interação. Já é consenso em alguns segmentos da comunidade humana que o nosso mundo interno, saúde ou doença psicológica, saúde ou doença emocional, carências, afinidades, sonhos, fantasias, medos, angústias, alegrias e tristezas, sofre influência e interferência direta do mundo externo, da luz, dos aromas, do calor, da fauna, da flora, do ar, da água, das cores, da chuva, do vento e da terra.
Na primavera esta interação entre os seres humanos e a natureza se intensifica, é favorecida pela beleza e exuberância do mundo externo. Podemos festejar: é primavera!
Creio que o louvor à primavera, descrito acima, está de bom tamanho. Mas, na verdade, lembrei-me da primavera para partilhar uma outra reflexão. A nossa vida é uma estação permanente de renovação e crescimento, assim como o é a primavera.
A nossa renovação e crescimento passam pela combinação de várias experiências feitas com o outro, com Deus e com o meio em que vivemos. Crescemos e nos renovamos com  os limites e com as crises. Necessitamos de referências, de valores estruturais e de horizontes, assim como de cuidados, de estímulos e da intervenção formativa do outro, especialmente quando marcados pela liberdade, partilha e fé.
No decorrer do tempo, sempre primaveril, as nossas experiências de vida se refazem. Alguns dos nossos referenciais, conteúdos de fé, fundamentos e horizontes se transformam, outros permanecem os mesmos para responderem, ou corresponderem, à dinâmica da vida que reage todos os dias diante de desafios e perguntas impostas pelas novas situações.
Somos vidas de Deus, dádivas de vida, chamadas por Cristo para viverem, por fé, esta renovação, incondicional e gratuita, que acontece através da dinâmica da vida, regida pelo evento salvífico da cruz e da ressurreição. Por isso, é compreensível dizer que somos, pela fé, pessoas que se renovam pela graça de Deus, que renascem e se transformam através de experiências que acontecem com o outro e com o mundo, mediadas pela vontade e pelo amor de Deus.
E partilho, agora, o mais importante dessa reflexão: numa realidade onde todos estão presos e limitados, feridos e marcados negativamente de várias formas e maneiras, somos desafiados a fazerem novas experiências de vida, que perfumem e embelezem o  mundo. Nossa vocação é esta. Nossos dons e capacidades são dádivas da graça de Deus, criadas para servirem e participarem da dinâmica sem fim da vida, aquela que se renova  e renasce todos os dias. E, para isso, o melhor caminho é a vida comunitária,  a vida em comunidade, porque ela nos oferece a combinação de várias experiências de vida com o outro, com Deus e com o mundo.

Gálatas 5.25-6.10 - Plantar e colher o bem

Gálatas 5.25-6.10 Conforme João 6.68, Pedro diz a Jesus que Ele tem a palavra da vida eterna. Não tem outro a ser seguido. Pedro pergunta a...